sexta-feira, 9 de julho de 2010
História do uso dos óleos
Desde muitos séculos atrás, os óleos essenciais são explorados, ainda que não hoje não se tenha completamente documentado o início exato. Acredita-se que os primeiros usos primitivos para estes, tenha sido através de bálsamos, ervas aromáticas e resinas que eram usadas para embalsamar cadáveres em cerimônias religiosas há milhares de anos atrás.
Há relatos chineses do uso de essências em 2.700 A.C, no mais antigo livro de ervas do mundo, Shen Nung. Algumas plantas citadas neles eram o próprio gengibre, bem como o uso de ópio. Outro uso documentado de óleos essências se deu em 2.000 A.C em livros escritos em sânscrito, pelos hindus. Já em tal época, havia um conhecimento mais rudimentar de aparatos de destilação. Nessa época já é possível encontrar relatos de outros povos que tenham feito uso desses compostos, como é o caso dos persas e egípcios, ainda que seja muito provável que esses já dominassem essas técnicas muito antes. Muitas das ervas comuns hoje já eram bem conhecidas, como por exemplo, o próprio capim limão, ou cidreira. Ainda que não fossem extratos puros, eram soluções alcoólicas das essências, não só usadas como perfumes, mas também em cerimônias religiosas, ou com fins terapêuticos.
Junto com as cruzadas, o conhecimento até então obtido por outros povos, se difundiu entre os árabes, que em pouco tempo aperfeiçoaram as técnicas e os aparatos de destilação. Tanto é que o mérito pelo primeiro a extrair óleos de rosas foi um físico árabe conhecido na época por Avicena. Os árabes, aliás, foram mestres na alquimia, e não por acaso são conhecidos naquele momento da história como bem aperfeiçoados na alquimia, medicina e terapias naturais. De fato, melhoraram e publicaram muito mais conhecimento sobre essa área do que qualquer outro povo.
Não obstante, somente com uma publicação em 1563, por Giovanni Battista Della, é que se tem na história um salto na evolução nesta área de conhecimento: tinha-se então documentando uma forma de separar os óleos essenciais que até então eram apenas soluções alcoólicas em verdadeiros extratos, e com um poder em suas diversas aplicações muito mais poderoso.
A partir de dos séculos XVI e XVII a comercialização destes compostos se popularizou pelo mundo, devido ao nível de tecnologia e também conhecimento de suas propriedades já mais explorado e divulgado no mundo.
Um termo que está bem associado a óleos essenciais, é “aromaterapia”. Este foi criado por um químico francês em 1928, conhecido como Maurice René de Gattefossé. Foi em uma de suas destilações em seu laboratório, que Gattefossé sofreu um acidente e teve seus braços seriamente queimados. Em meio ao pânico, imergiu-os em uma tina de lavanda, que até então pensava ser água. Notou que em poucos minutos sua dor havia passado, e dias mais tarde já não tinha mais cicatrizes. Passou a explorar mais as propriedades curativas desses extratos, ao contrário de antes, que só os usava como perfumes para seus produtos e criações. Também se deve a este químico, um dos primeiros relatos mais comprovados, de que produtos sintéticos que imitavam essências naturais tendiam a não ter as mesmas propriedades curativas, assim como Cuthbert Hall em 1904 publicara sobre as propriedades antisépticas do óleo de eucalipto globulus em sua forma natural, em detrimento do seu principal constituinte isolado, o eucaliptol.
Até mesmo durante as grandes guerras, as propriedades medicinais de óleos essenciais foram exploradas. Como ocorreu com em situações em que alguns médicos não tinham a disposição antibióticos, e que eram forçados a usar o que tinham em mãos.
Óleos essenciais no Brasil
Um dos produtos inicialmente explorados no Brasil para extração de óleos essenciais foi retirado do pau-rosa. Sua exploração foi tamanha que até os dias atualmente o IBAMA colocou essa planta na lista de espécies em perigo de extinção. Outros vegetais também foram explorados, como o eucalipto, capim-limão, menta, laranja, canela e sassafrás.
Devido a uma dificuldade de importar essências, e uma maior demanda mundial pela produção brasileira ocorreu durante a segunda grande guerra que foi ocasionada pela dificuldade dos países do ocidente de conseguir esses produtos de seus fornecedores habituais. O Brasil com isso teve a maior parte de sua venda voltada para exportação, o que ajudou significativamente para o aumento produção. Na década de 50, mais um fator colaborou para o aumento da extração de essências dentro do país: empresas internacionais produtoras de perfumes, cosméticos, e produtos farmacêuticos e alimentares se instalaram no país.
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