segunda-feira, 17 de maio de 2010

Discussões


Hora de aborrecimento ou desagrado – tempo de silêncio e de oração.
Esclarecer, analisar, observar, anotar, mas toda vez que o
azedume apareça, mesmo de longe, deixar a conversação ou o
entendimento para depois.
Discutir, no sentido de questionar ou contentar, é o mesmo que
atirar querosene à fogueira.
Sempre que nos adentramos na irritação, a tomada de nosso
pensamento se liga, de imediato, para as áreas da perturbação ou da
sombra. Então, a palavra se nos debita na conta do arrependimento,
porque facilmente exageramos impressões, esposamos falsos julgamentos,
provocamos reações negativas ou magoamos alguém sem querer. E o pior
de tudo isso é que as rupturas nas relações harmoniosas do lar ou do
grupo fraterno principiam de bagatelas semelhantes às brechas
diminutas pelas quais se esbarrondam vigorosas represas, criando as
calamidades da inundação.
Saibamos tolerar os dissabores e contratempos da vida,
arredando-os do cotidiano, como quem alimpa um campo minado.
Aceitemos a reclamação alheia, paguemos o prejuízo que nos seja
possível resgatar sem maior sacrifício e esqueçamos a frase impensada
ou o gesto de desconsideraçã o tantas vezes involuntários com que nos
hajam ferido.
Nunca valorizar ocorrências desagradáveis ou futilidades que
pretendam tisnar-nos o otimismo.
Há quem diga que da discussão nasce a luz. É provável seja ela,
em muitos casos, um fator de discernimento, quando manejada por
espíritos de elevada compreensão”; no entanto, em muitos outros, nada
mais faz que apoiar a discórdia e apagar a luz.

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