sexta-feira, 30 de abril de 2010

BELTANE Sabbath da fertilidade


É o Sabbath da fertilidade, em que se celebra o casamento dos DEUSES . As fogueiras de Novembro são acesas, e os postes de Novembro levantado. É uma festa alegre, em que as mulheres usam coroas de flores e todos dançam ao redor das fogueiras. Agradecemos pelo fim da metade escura do ano, e pelo início da época da luz. Abrimos nosso coração para a comunidade, e nossas vidas voltam-se para a mesma. O mundo já pertence ao Deus Sol, e a metade Luz do ano tem início.

Esse foi um dos primeiro feriados a ser destruído pelos Cristãos, que viam nas celebrações sexuais somente o pecado, e as entendiam como ofensa a seu Deus. Talvez os padres não soubessem que o AMOR sob vontade é o maior dos RITUAIS , a mais grandiosa das celebrações à vida, à alegria, à Natureza e portanto aos DEUSES!!!

Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da sua fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é chamada "Rainha de Maio". Em Beltane se comemora esse AMOR que deu origem a todas as coisas do Universo. Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera.

Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas VELAS podem ter a mesma função.

Deve-se ter o maior cuidado para evitar acidentes! Uma das mais belas tradições de Beltane é o MAYPOLE, ou MASTRO DE FITAS. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um RITUAL , cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos DEUSES . É costume em WICCA jamais se casar em Maio, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.

Ritual do Sabbat Beltane


O Sabbat Beltane dos Bruxos começa oficialmente ao nascer da lua da Véspera de 1o de Maio (ou de Novembro, no hemisfério sul), sendo tradicionalmente realizado no alto de uma montanha onde são acesas as imensas fogueiras de Beltane para iluminar o caminho para o verão e aumentar a fertilidade nos animais, nas sementes e nas casas. (Antigamente as grandes fogueiras da Irlanda, que simbolizavam o Deus Sol doador de vida, eram acesas com a centelha de uma pederneira ou pela fricção de duas varetas.)

Se você planeja festejar Beltane em ambiente fechado, deverá acender o fogo em um local apropriado. Certifique-se de colocar um galho ou ramo de sorveira sobre o fogo para reverenciar os espíritos guardiães de sua casa e sua família, trazendo boa sorte para a casa e mantendo afastados os fantasmas, duendes e fadas malévolos. Se você não tiver lugar apropriado, poderá acender 13 velas verdes-escuras para simbolizar a fogueira de Beltane.

Vista-se com cores brilhantes da Primavera (a não ser que prefira trabalhar sem roupa) e use muitas flores coloridas e de odor forte nos cabelos. Antes de vestir-se para a cerimônia, medite e banhe-se à luz de velas com ervas para limpar seu corpo e sua alma de quaisquer impurezas ou energias negativas.

Comece traçando um círculo de 3m de diâmetro e monte um altar no centro, voltado para o leste. No topo do altar, coloque duas estatuetas para representar a Deusa da Fertilidade e Seu consorte, o Deus Cornífero. Ao lado de cada uma delas, um incensório contendo olíbano e selo-de-salomão. No lado direito do altar, coloque um punhal consagrado e um cálice cheio de vinho. Acenda 13 velas verdes-escuras em torno do círculo.

Prepare uma coroa de flores do campo que florescem na Primavera, tais como margaridas, prímulas, primaveras ou malmequeres, e coloque-a no altar diante dos símbolos da Deusa e do Deus. Pode ser colocado um pequeno mastro decorado (com cerca de 1m de altura) à direita do altar, enfeitado com flores e fitas de cores brilhantes.

Ajoelhe-se diante do altar. Acenda as velas e o incenso. Feche os olhos, concentre-se na imagem divina da Deusa e do Deus, e diga: EM HONRA à DEUSA E AO DEUS CORNíFERO, E SOB A SUA PROTEçãO, INICIA-SE AGORA ESTE RITUAL DO SABBAT.

Abra os olhos. Pegue o punhal que está no altar, cumprimente com ele o leste, e diga: OH, DEUSA DE TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES, A TI EU CONSAGRO ESTE CíRCULO. Segure o punhal em saudação na direção sul e diga: ABENçOADA SEJA A VIRGEM DA PRIMAVERA, PARA ELA EU CANTO ESTA PRECE DE AMOR. ELA TORNA VERDE AS FLORESTAS E OS PRADOS, OH, DEUSA DA NATUREZA, ELA REINA SUPREMA.

Segure o seu punhal em saudação ao oeste, e diga: OLíBANO E SELO-DE-SALOMãO, GRAçAS A ELA QUE FAZ GIRAR A RODA!

Segure o punhal e saúde o norte, dizendo: ABENçOADO SEJA O SENHOR DA PRIMAVERA, PARA ELE EU CANTO A PRECE DO AMOR. DEUS DIVINO DAS TREVAS, DEUS DIVINO DA LUZ, ESTA NOITE EU CELEBRO OS SEUS PODERES FERTILIZANTES.

Coloque o punhal de volta no altar. Pegue a coroa de flores do campo e coloque-a no alto de sua cabeça. Quando esse ritual é realizado por um Coven, o costume é que o Alto Sacerdote a coloque sobre a cabeça da Alta Sacerdotiza. Ajoelhe-se diante do altar, olhando para as imagens das deidades pagãs da fertilidade. Abra os braços e diga: ESPíRITOS DA áGUA E DO AR, EU PEçO QUE OUçAM A MINHA PRECE: QUE O CéU E O MAR PERMANEçAM LIMPOS, QUE A TERRA SEJA FéRTIL E VERDE. ESPíRITOS DO FOGO, ESPíRITOS DA MãE TERRA, QUE O MUNDO SEJA ABENçOADO COM PAZ, AMOR E ALEGRIA.

Pegue o cálice de vinho e levante-o com o braço esticado, e, enquanto derrama algumas gotas no chão, como libação à Deusa e ao Deus, feche os olhos e diga: QUEIMEM OS FOGOS SAGRADOS DE BELTANE, ILUMINEM O CAMINHO PARA O RETORNO DO SOL. AS TREVAS DO INVERNO DEVEM AGORA TERMINAR, A GRANDE RODA DA VIDA GIROU NOVAMENTE. QUE ASSIM SEJA.

Beba o resto do vinho do cálice e, então, coloque-o de volta no altar. Apague as velas, mas deixe que o incenso termine de queimar. O ritual está agora completo, devendo ser seguido de um banquete, de cantos e danças na direção do movimento do sol em torno da fogueira de Beltane ou do mastro decorado para simbolizar a união divina da Deusa com o Deus.

Fonte: 'Wicca - A Feitiçaria Moderna', de Gerina Dunwich

Beltane


COMO JA FALEI ANTERIORMENTE...EU EM PARTICULAR COMEMORO PELO HEMISFERIO NORTE...POR DIVERÇOS MOTIVOS...FIQUE A SUA VONTADE A ESCOLHA

Hemisfério Norte: 1o de Maio
Hemisfério Sul: 31 de Outubro

Também conhecido como Dia 1o de Maio, Dia da Cruz, Rudemas e Walpurgisnacht, o Sabbat Beltane é derivado do antigo Festival Druida do Fogo, que celebrava a união da Deusa ao seu consorte, o Deus, sendo também um festival de fertilidade. Na Religião Antiga, a palavra "fertilidade" significa o desejo de produzir mais nas fazendas e nos campos e não a atividade erótica por si só.

Beltane celebra também o retorno do sol (ou Deus Sol), e é um dos poucos festivais pagãos que sobreviveu da época pré-cristã até hoje e, em sua maior parte, na forma original. é baseado na Floralia, um antigo festival romano dedicado a Flora, a deusa sagrada das flores. Em tempos mais antigos, esse festival era dedicado a Plutão, o senhor romano do Submundo, correspondente do deus Hades da mitologia grega. O primeiro dia de maio era também aquele em que os antigos romanos queimavam olíbano e selo-de-salomão e penduravam guirlandas de flores diante de seus altares em honra aos espíritos guardiães que olhavam e protegiam suas famílias e suas casas.

No dia de Beltane o sol está astrologicamente no signo de Tauros, o Touro, que marca a "morte" do Inverno, o "nascimento" da Primavera e o começo da estação do plantio. Beltane inicia-se, acendendo-se, segundo a tradição, as fogueiras de Beltane ao nascer da lua na véspera de 1o de Maio para iluminar o caminho para o Verão. Realiza-se o ritual do Sabbat em honra à Deusa e ao Deus, seguido da celebração da Natureza, que consiste de banquetes, antigos jogos pagãos, leitura de poesias e canto de canções sagradas. São realizadas várias oferendas aos espíritos elementais, e os membros do Coven dançam de maneira muito alegre, no sentido destrógiro, em torno do Mastro (símbolo fálico da fertilidade). Eles também entrelaçam várias fitas coloridas e brilhantes para simbolizar a união do masculino com o feminino e para celebrar o grande poder fertilizador do Deus. A alegria e o divertimento costumam estender-se até as primeiras horas da manhã, e, ao amanhecer do dia 1o, o orvalho da manhã é coletado das flores e da grama para ser usado em poções místicas de boa sorte.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat Beltane são frutas vermelhas (como cerejas e morangos), saladas de ervas, ponche de vinho rosado ou tinto e bolos redondos de aveia ou cevada, conhecidos como bolos de Beltane. Na época dos antigos druidas, os bolos de Beltane eram divididos em porções iguais, retirados em lotes e consumidos como parte do rito do Sabbat. Antes da cerimômia, uma porção do bolo era escurecida com carvão, e o infeliz que a retirava era chamado de "bruxo de Beltane", e tornava-se a vítima sacrificial a ser atirada na fogueira ardente.

Nas Terras Altas da Escócia, os bolos de Beltane são usados para adivinhação, sendo atirados pedaços deles na fogueira como oferenda aos espíritos e deidades protetores.

Incensos: olíbano, lilás e rosa.
Cores das velas: verde escuro.
Pedras preciosas sagradas: esmeralda, cornalina laranja, safira, quartzo rosa.
Ervas ritualísticas tradicionais: amêndoa, angélica, freixo, campainha, cinco-folhas, margarida, olíbano, espinheiro, hera, lilás, malmequer, barba-de-bode, prímula, rosas, raiz satyrion, aspérula e primaveras amarelas.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amuleto para afastar inveja


As moedas mágicas podem ser preparadas com um pequeno ritual para que se energizem, a fim de anular a influencia negativa da inveja. Mas atenção, pois se as moedas estiverem sujas, pedem uma limpeza antes de iniciar o ritual. Informe-se sobre a melhor maneira de limpá-las, só que jamais use palha de aço ou polidores industriais para isso.

Você precisará de:
- Três moedas douradas;
- Um saquinho de tecido vermelho;
- Água corrente;
- Sal grosso;
- Esmalte incolor ou verniz;
- Uma toalha de banho vermelha;

Nos antiquários ou nos vendedores de moedas em feiras você pode comprar as moedas. Dê preferência àquelas maiores, do século passado ou anterior, do mesmo tamanho, valor e tipo.

Depois de limpas, conforme recomendado, lave-as generosamente sob água corrente, esfregando suavemente sal grosso. Deixe-as para secar ao sol sobre um pano vermelho. Aplique algumas camadas de esmalte incolor ou de verniz nelas.

Guarde-as no saquinho de tecido natural vermelho e mantenha-o dentro de sua bolsa e jamais permita que outra pessoa toque ou utilize suas moedas.

Feitiço para períodos de estagnação


Fase da Lua: Começa no 1º dia de Lua Negra.

Você precisará de:
- sementes de trigo, cevada ou centeio
- um punhado de manjericão
- um punhado de pétalas de rosa
- roupas brancas
- uma vela branca
- um pedacinho de seda negra (pode ser outro tipo de tecido)
- uma moeda de qualquer valor

No dia de Lua Negra, plante algumas sementes de trigo, cevada ou centeio (depende das sementes que você escolheu). Mantenha-as no escuro durante três dias, e então deixe-as três dias na luz.

Na manhã do sétimo dia, levante cedo e banhe as sementes em água com infusão de manjericão e pétalas de rosa.

Coloque roupas brancas, lance o círculo e eleve a energia. Sente-se de frenmte para o leste e acenda a vela branca. Diga:

Enquanto o grão cresce,

Enquanto o sol cresce,
Enquanto a lua cresce.

Cante:

Eu cresço,
Eu colho,
Eu recebo.

Visualize cada estágio concentrando a projetando a imagem para os brotos. Em seguida, come-os, dizendo:

Brotem em mim,
Floresçam em mim,
Frutifiquem em mim.

Diga cada linha três vezes, se concentrando. Guarde sete brotos e embrulhe-os na seda negra. Feche o feitiço aterrando o poder e abrindo o círculo.

Na noite desse dia, enterre os brotos junto com a moeda.

Quem é Krishna ?


Apesar de possuir muitos nomes e formas, Deus é um só, manifestando-se de forma diferente de acordo com o tempo, lugar e circunstâncias. Por isso, não há diferença entre o “Deus Hare Krishna”, o “Deus Cristão”, o “Deus Muçulmano”, ou “qualquer outro”. Deus é sempre um só, mesmo sendo chamado por Krishna, Javé, Jeová, Buddha, Rama, Alá, dentre outros nomes.

Assim como uma pessoa pode ser conhecida por várias denominações, e pessoas famosas recebem ainda mais adjetivos, como artistas e esportistas, passando a ser reverenciados por eles, Deus possui infinitos nomes, pois é ilimitado. Portanto, cada um dos nomes revela um aspecto divino, sendo que Krishna quer dizer “O Todo-atrativo”.

Mas como definir e compreender Deus? De acordo com Bhagavad-gita, a principal escritura da Sociedade Internacional da Consciência de Krishna (ISKCON), a compreensão de Deus inclui três importantes níveis de conhecimento.

Pode-se compreender Deus como Brahman, uma energia espiritual amorfa e onipenetrante; como Paramatma, a Superalma situada nos corações de todos seres vivos; e, enfim, como Bhagavan, a pessoa Suprema. As três estariam corretas, pois Deus existe em todas elas. Contudo, Bhagavan, de acordo com os Vedas, seria a compreensão mais elevada. Nesta forma pessoal, em que a pessoa pode desfrutar de uma comunhão íntima com o Supremo, Krishna é a fonte original, de onde vem todos os demais avatares (encarnações), como Buddha e Rama.

Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, é descrito detalhadamente nas escrituras védicas e esteve neste mundo há cerca de 5 mil anos atrás, realizando inúmeras atividades inconcebíveis, se analisadas com o nosso parâmetro material. Eternamente, Krishna reside em Goloka Vrindavana o mundo espiritual, realizando diversos passatempos com os seus associados mais íntimos. Os Vedas nos ensinam que, na atual era, o meio mais acessível e efetivo de nos aproximarmos do nível máximo de conhecimento sobre Deus é cantar de Seus santos nomes na forma do mantra Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Por isso cantamos!.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ogum


Ogum é o Orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Trono Regente das milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.

Ogum é sinônimo de lei e ordem e seu campo de atuação é a ordenação dos processos e dos procedimentos.

O Trono da Lei é eólico e, ao projetar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos magnéticos ocupados por Orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado por Ogum e o pólo negativo é ocupado por Iansã.
Esta linha eólica pura dá sustentação a milhões de seres elementais do ar, até que eles estejam aptos a entrar em contato com um segundo elemento. Uns têm como segundo elemento o fogo, outros têm na água seu segundo elemento, etc.

Portanto, na linha pura do "ar elemental" só temos Ogum e Iansã como regentes.
Mas se estes dois Orixás são aplicadores da Lei (porque sua natureza é ordenadora), então eles se projetam e dão início às suas hierarquias naturais, que são as que nos chegam através da Umbanda.

Os Orixás regentes destas hierarquias de Ogum e Iansã são Orixás Intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da linha de forças da Lei.
Saibam que Oxalá tem sete Orixás Intermediários positivos e tem outros sete negativos, que são seus opostos, e tem sete Orixás neutros; Oxum tem sete Orixás intermediárias positivas e tem outras sete negativas, que são suas opostas; Oxóssi tem sete Orixás intermediários positivos, sete negativos, que são seus opostos, e tem sete outros que formam uma hierarquia vegetal neutra e fechada ao conhecimento humano material; Xangô tem sete Orixás intermediários positivos e tem sete negativos, que são seus opostos. E o mesmo acontece com Obaluayê e Yemanjá.
Agora, Ogum e Iansã são os regentes do mistério "Guardião" e suas hierarquias não são formadas por Orixás opostos em níveis vibratórios e pólos magnéticos opostos, como acontece com outros. Não, senhores!
Ogum e Iansã formam hierarquias verticais retas ou seqüenciais, sem quebra de "estilo" , pois todos os Oguns, sejam os regentes dos pólos positivos, dos neutros ou tripolares, ou dos negativos, todos atuam da mesma forma e movidos por um único sentido: aplicadores da Lei!
Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois mão se permitem uma conduta alternativa.
Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.
Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

OFERENDA:
Velas brancas, azuis e vermelhas; cerveja, vinho tinto licoroso; flores diversas e cravos, depositados nos campos, caminhos, encruzilhadas, etc.

Ogum


ORIXÁ da guerra, das batalhas, dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia.

Em muitas lendas aparece como irmão de Oxósse e Exú. Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção.
Depois de Exú é o Ogum que está mais próximo dos homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idà, seu dia é a terça-feira.
Senhor da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, a faca, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a bigorna, a pá, etc.
É o dono do Obé (faca) por isso vem logo após o Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores e agricultores.

O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OGUM
Os filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções.
São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.

OGUM — Orixá das Guerras e da Tecnologia !!!
Lenda
Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.
Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê Irê - "Ogum das sete partes de Irê".
Ogum matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei de Irê!"
Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".
Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma.
Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.

OGUM - Lenda
Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos, manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogum deu a Oyá uma vara de ferro igual a que lhe pertencia que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove partes, caso estas as tocassem em uma briga.
Xangô gostava de sentar-se perto da forja para apreciar Ogum bater o ferro, e sempre lançava olhares a Oyá; ela por sua vez, também lançava olhares a Xangô.
Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados, usava brincos, colares e pulseira. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum lançou-se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos, brandiu sua vara mágica, Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim que Ogum foi dividido em sete partes e Oyá em nove partes, recebeu ele o nome de Ogum Mejé e ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn a mãe transformada em nove.

PELA FÉ-HISTÓRIA DA VIDA E MARTÍRIO DO GLORIOSO SÃO JORGE


Diocleciano, imperador de Roma, vendo que tudo lhe sucedia bem, determinou, segundo seu parecer e engano diabólicos, sacrificar aos deuses, principalmente a Apolo, sabedor das coisas que haviam de suceder. E consultando urna vez a estátua sobre certa coisa que desejava saber, dizem que lhe respondeu o ídolo, que os justos que estavam na terra, lhe eram impedimentos para dizer a verdade, e por causa deles sucedia muitas vezes ser falso o que ele dizia que havia de ser. Enganado o mísero Diocleciano com o seu erro, desejava saber que homens eram aqueles que se chamavam justos na terra. Respondeu-lhes um sacerdote dos ídolos: "Esses, imperador, são os cristãos".

Não demorou muito o tirano de saber isto, e moveu guerra e perseguição contra os cristãos, já quietos das perseguições passadas. Logo sem mais tardar começou a perseguir os inocentes e justos. Era muito para chorar, ver os cárceres, feito para matadores, adúlteros e ladrões, cheios de Santos, que confessavam a Cristo por Deus e Salvador; e ver que não se contentava o tirano de atormentar os Santos com os tormentos antigos e costumados, mas, cada dia, inventou novos e mais cruéis tormentos com os quais grande multidão de cristãos eram torturados. Indo cada dia, de todas as partes, muitas acusações contra os cristãos ao imperador, e principalmente, referindo-lhe os procuradores do Oriente que os cristãos eram tantos que desprezavam seus mandados, e que ou haviam de permitir que vivessem em sua lei, ou que estando eles com grande exército, e assim os matassem todos, porque outra maneira não seria fácil.

Ouvindo o perverso Diocleciano estas coisas, mandou chamar todos os governadores e procuradores do Oriente e outras partes. Estando junto com os senadores, manifestou a crueldade que tinha contra os cristãos, e mandou que cada um dissesse seu parecer. Sendo alguns de contrairia opinião, por último o tirano afirmou que nenhuma coisa havia mais excelente que a veneração dos ídolos; e assim lhes disse: "Todos que estimais minha amizade, ponde todas as forças para lançar fora de todo o meu império a religião dos cristãos, e eu vos favorecerei com todo o meu poder".

Louvaram todo este parecer do imperador, e determinaram que se referissem ao povo três vezes em três dias.

Estava então no exército o maravilhoso cavaleiro de Cristo, Jorge, o qual era natural de Capadócia, Ásia Menor (atual região da Turquia), de uma família nobre e tradicional na cidade. De pai e mãe cristãos, que muito zelaram pela sua instrução e educação, fora criado desde menino na sagrada religião cristã. Sendo Jorge ainda moço, morreu o pai, oficial do exército imperial, em uma batalha. Por ser ele bom cavaleiro, foi da Capadócia para a Palestina com sua mãe que era natural daquela região, onde tinha fazenda. E como tivesse idade para a guerra, foi instituído por capitão, e em pouco tempo sua personalidade, sua coragem e seu porte foram notados pelo Imperador Diocleciano, que o nomeou Conde. Ignorando ser aquele bravo um cristão, o Imperador romano elevou-o ainda a Tribuno Militar e ao Conselho Militar. Neste tempo faleceu sua mãe, e ele tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a côrte do Imperador, sendo de idade de 23 anos. Vendo, Jorge, que urdia tanta crueldade contra os cristãos, parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que tinha aos pobres. Depois disto, no dia em que o conselho do senado havia de ser confirmado contra os cristãos, Jorge, sem temor humano, armado só de temor de Deus, com alegre rosto se pôs em pé no meio de toda a Assembléia e falou desta maneira:

"Oh! Imperador e nobres senadores, acostumados a fazer boas leis, que desatino é este tão grande, que não cessais de acrescentar vossa ira contra os cristãos, que tem a certa e verdadeira lei, para que a deixem e sigam a seita que vós mesmos não sabeis se é verdadeira, porque os ídolos que adorais, afirmo que não são deuses, havendo sido homens perdidos.

Não vos enganeis: sabeis que Cristo só é Deus e Senhor na glória de Deus Padre, e por ele foram feitas todas as coisas, e pelo seu Espírito Santo todas as coisas são regidas e conservadas. Pois esta é a verdade ele não queirais perturbar os que a professam."

Ouvindo isto todos ficaram atônitos e espantados do valor e atrevimento com que falou, e esperavam que o Imperador respondesse; mas ele ficando perturbado e refreando a ira, fez sinal ao cônsul Magnêncio, que respondesse a Jorge. O cônsul mandou chegar, Jorge, mas perto de si e disse: "Dize-me, jovem, quem te deu tamanha ousadia para falar nesta Assembléia? Respondeu Jorge: "A verdade". Disse o cônsul: "Que coisa e a verdade?" Respondeu-lhe: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis". Disse o cônsul "Dessa maneira és tu cristão?" Respondeu-lhe: "Eu sou servo de "meu Redentor Jesus Cristo, "e Nele confiado me pus no meio de vós "outros, para que dê testemunho da Verdade. "Com estas palavras se turbaram todos. Então, Diocleciano pondo os olhos em Jorge, o conheceu e lhe disse: "Sabendo eu há dias de tua nobreza, te levantei ao mais alto grau da dignidade de minha corte, e agora ainda que falaste tão alto, como sou muito afeiçoado à tua prudência e fortaleza, te aconselho, como pai amoroso, que não deixes o proveito e honra da tropa, nem queiras perder a flor da tua idade com torturas antes, sacrifica aos deuses e receberá de mim maiores prêmios e recompensas. "Jorge lhe respondeu: "Oxalá, oh imperador, que conhecendo tu por mim. O verdadeiro Deus, lhe oferecesse o sacrifício de louvor, que ele pede e deseja; e eu ficarei por fiador de que ele Senhor de outro mais excelente império do que tens, que é o reino que dura para sempre; porque este que agora possues, cedo se há de acabar. E sabe de certo que nenhum desses bens que me prometes, poderão de alguma maneira afastar-me de meu Deus, nem algum gênero de tormento que inventares poderá tirar de mim o amor de meu Redentor nem causar em mim temor algum da morte temporal". Ouvindo isto o imperador, cheio de ira mandou aos soldados que o deitassem fora da Assembléia com lançadas, e o metessem no cárcere. Fizeram logo os soldados o que lhes fora mandado, mas, a ponta da lança com que lhe tocou no corpo um soldado, dobrou como se fora de chumbo, e Jorge não cessava de dizer divinos louvores. Sendo ele posto no cárcere, estenderam-no em terra e puseram-lhe grilhões nos pés e sobre o seu peito uma grande pedra. Tudo isso lhes mandou o tirano fazer; mas sofrendo o tormento com muita paciência, não cessou até o dia seguinte de dar graças a Deus.

Sendo manhã, o imperador mandou-o vir perante si, e estando Jorge muito atormentado com o peso da pedra, disse-lhe o imperador: ."Tornaste já sobre ti, Jorge?". Respondeu o jovem: "Por tão fraca me tens imperador, que cuidas que um tormento de meninos e tão pequeno, havia de me afastar de Cristo e negar a verdade, primeiro cansarás tu em me atormentar, do que eu sendo atormentado". Disse Diocleciano: "Eu te darei tantos tormentos que te acabarão a vida". Mandou logo trazer uma roda grande e cheia de navalhas e meter o jovem nela para ser despedaçado. Estava esta roda pendurada, e por baixo tinha umas tábuas nas quais estavam pregadas muitas pontas agudas como canivetes de sapateiro. Puseram-no entre as tábuas e a roda, atado com loros e cordas, tão apertado que dentro da carne se escondiam as cordas; e voltando a roda, todo o corpo lhe ficava cruelmente ferido. Este espantoso gênero de tormento sofreu Jorge com grande ânimo; e fazia oração ao Senhor, e depois ficou como adormecido por um bom espaço de tempo.

Vendo isto, Diocleciano, e cuidando que já estava morto, ficou alegre e começou a louvar os seus deuses, e dizia: "Onde está o teu Deus, Jorge? Por que não te livrou deste tormento?"

Mandou então tirá-lo do tormento. e partiu para ir sacrificar a Apolo; mas logo apareceu uma nuvem no ar, e viu um grande trovão, e soou uma voz que muitos ouviram, a qual disse: "Não temas, Jorge, porque estou contigo". Daí a pouco viu-se grande serenidade, e foi visto um homem vestido de branco estar em cima da roda, muito resplandecente no rosto, e deu a mão ao Santo Mártir, e abraçando-o mandou desatá-lo; e logo desapareceu aquele varão de tanta claridade e ficou Jorge solto, livre e são, dando graças a Deus.

Os soldados que o guardavam ficaram fora de si, espantados de tal visão, e deram logo novas do que se passava ao imperador que se achava no templo. Vendo o imperador a Jorge, dizia que não podia ser aquele o mesmo Jorge, mas outro que se parecesse com ele.

Dois corregedores, um chamado Anatólio, outro Petroleu, sendo antes criados na fé de Cristo, vendo o milagre cobraram ousadia, e em alta voz disseram: "Um só é Deus, grande e verdadeiro, que é o Deus dos cristãos", aos quais mandou logo o imperador levar para fora da cidade e cortar-lhe as cabeças, Muitos se converteram, então, ao Senhor tendo fé dentro de si, mas não ousavam descobrir-se com temor da morte e tormentas. Também a imperatriz Alexandra, conhecendo a verdade e começando a querer falar livremente, um cônsul a retirou, e antes que o imperador entendesse a causa, a deixou no seu palácio. Não sofrendo Diocleciano com estas coisas mandou meter Jorge em uma fornalha de cal virgem, três dias, e mandou vigiar, que lhe não viesse de nenhuma parte ajuda alguma. Sendo levado a esse tormento preso, ia fazendo oração a Deus em alta voz, dizendo: "Senhor meu, ponde os olhos de vossa misericórdia em mim, e livrai-me das ciladas do inimigo, e concedei-me que até o fim confesse o vosso santo nome".

"Não digam os meus inimigos por minhas maldades: Onde está o teu Deus? Mandai, Senhor, o vosso Anjo em minha guarda, assim como transformaste a fornalha de Babilônia em orvalho, e os moços que estavam dentro, conservaste sem lhes fazer mal o fogo".

Dito isto, e fazendo o Sinal da Cruz em todo o corpo, com grande alegria entrou no forno de cal. Os ministros e soldados que foram mandados pra executores destes tormentos, depois de o deixarem no forno se retiraram. Ao terceiro dia, chamou o imperador alguns soldados e disse: "Não fique na memória aquele mal-aventurado Jorge, para que não haja quem honre as suas relíquias; portanto ide, e se achardes algum osso subterrai-o, que não apareça mais. "Foram os soldados, seguindo-se grande multidão de povo para ver o que se passava. Descobrindo o cal acharam dentro Jorge com o rosto resplandecente; o qual, levantadas as mãos para o céu, dava louvores a Deus por todos os seus beneficies; e saindo do forno sem algum mal que lhe fizesse a cal, todos se espantaram de tão maravilhosa causa, e Louvaram o Deus de Jorge.

Chegou a nova deste milagre a Diocleciano, este mandou chamar a Jorge e muito espantado lhe disse: "Jorge, com que artes fazes estas maravilhas?" Respondeu-lhe: "Oh! cego imperador, que chamas artes as maravilhas de Senhor, por isso choro tua cegueira".

Disse Diocleciano: "Agora veremos Jorge, se diante dos nossos olhos fazes milagres. Mandou entalo o tirano trazer umas chinelas de ferro ardente, e mandou-lh'as meter nos pés, e desta maneira, o fez levar ao cárcere. e indo açoitando e zombando dele, diziam: "Oh! Como Jorge corre, ligeiramente", mas o mártir sendo tão cruelmente levado e açoitado, ia muito alegre dizendo a si mesmo: "Corre Jorge, para que alcances o prêmio". Depois orando, dizia: "Senhor, olhai o meu trabalho e ouvi os gemidos de vosso preso, porque os meus inimigos se multiplicaram e me tiveram grande ódio pelo vosso nome; mas vós Senhor, me sarai, porque todos os meus ossos estão atormentados, e dai-me paciência até o fim, para que não diga o meu inimigo: "Prevaleci contra ele". "Desta maneira passou Jorge até chegar ao cárcere, indo muito atormentado das chagas que lhe fizeram nos pés os pregos ardentes que as chinelas de ferro tinham para cima. Passando o Santo todo aquele dia e noite em dar graças a Deus, no dia seguinte foi levado diante do imperador, o qual estava sentado junto ao teatro público, estando presente todo o senado.

Vendo o imperador Jorge andar tão bem e sem sacrifícios como se não recebera algum mal, disse-lhe. "Jorge, as chinelas foram para ti refrigério?". Respondeu "Jorge: "Sim, foram". Disse o imperador: "Deixa já a tua ousadia e arte mágica, vem para nós e oferece sacrifício aos deuses, pois de outra maneira serás atormentado com diversos tormentos".

Respondeu Jorge: "Quão ignorante te mostras, pois chamas feitiços ao poder do meu Deus e por outra parte dás honras, aos enganos dos diabos que adoras".

O tirano mandou aos que estavam presentes que o ferissem no rosto , dizendo: "Assim te ensinaram a dizer injúrias aos imperadores? E depois disto mandou que o açoitassem com nervos de búfalo, até que fosse desfeito seu corpo. Sendo Jorge tão sem piedade atormentado, e não mudando a alegria do rosto, disse o tirano "Certamente não chamarei a isto obras de virtude, mas arte mágica". Disse então Magnencio ao imperador: "Senhor, mandai chamar um homem que aqui mora, grande mágico e com ele será vencido Jorge". Foi, logo, chamado o feiticeiro e lhe disse Diocleciano: "Todos os que estamos presentes sabemos o que este maldito Jorge faz; mas porque arte o faz, tu no-lo declararás. E rogo-te que destruas seus feitiços e o faças obedecer-nos." Prometeu então Athanasio, (o mágico) que no dia seguinte faria tudo que lhe ordenava; e mandou o imperador guardar Jorge no cárcere, no qual ele invocava o nome do Senhor, dizendo: "Seja Senhor, a vossa misericórdia sobre mim, e encaminhai meus passos na confissão de vosso Santo nome, e acabai minha vida na vossa fé, para que em tudo seja o vosso louvado".

No dia seguinte, estando Diocleciano no teatro, mandou vir o mágico, o qual veio muito vaidoso e mostrando ao imperador umas bebidas e disse: "Seja trazido aqui, Jorge e vereis a força destas bebidas; pois se quereis que obedeça dêem-lhe de beber o que trago neste vaso. E se quereis que morra dêem-lhe deste outro vaso".

Mandou o imperador vir perante si Jorge, e disse-lhe: "Agora, Jorge, serão acabadas as tuas artes mágicas", e mandou que por força bebesse um daqueles vasos; mas o Santo sem algum temor o bebeu sem lhe fazer mal; e finalmente esteve muito constante na fé e ficou a arte do diabo desprezada.

O imperador vendo isto, mandou-lhe dar a outra bebida quê o constrangessem a bebe-la; mas o bem-aventurado Jorge não esperando que o forçassem, pela divina virtude bebeu a outra sem lhe fazer mal algum.

Ficou o imperador pasmado e espantado e todo o senado e o mesmo feiticeiro de tamanha maravilha; e disse o imperador a Jorge mártir: "Até quando nos há de pôr em espanto com isto que fazes? Por que não acabas de confessar a verdade? Como escapas tão facilmente do veneno que te dão a beber e como desprezas os tormentos?" Respondeu Jorge: "Não cuides, imperador, que somos livres por alguma humana providência, más só pelo poder e virtude de Cristo; e confiados nele, não fazemos caso dos tormentos seguindo sua "doutrina". Disse então Diocleciano: "Que doutrina é a de teu Cristo? Respondeu Jorge: "Conhecendo o Senhor, a diligência que vós outros haveis de ter em perseguir os Santos, não temais aqueles que matam o corpo, nem façais caso das coisas transitórias; sabeis de certo que um cabelo de vossa cabeça não perecerá; e ainda que bebas veneno não vos fará mal." Finalmente prometeu-nos dizendo: "Aquele que crer em mim fará as obras que eu faço". "Que obras são essas? "Dar vistas aos cegos, curar leprosos fazer andar os mancos, abrir ouvidos aos surdos, expelir os demônios dos corpos, ressuscitar os mortos e outras coisas semelhantes a estas".

Virou-se então o imperador para Athanazio, o mágico e lhe disse: "Que dizes tu a estas coisas?" Respondeu Athanazio: "Admiro-me de ver como este jovem despeze a vossa mansidão com suas mentiras; más já que ele diz, que os que esperam no seu Deus farão as obras que ele faz, ali naquele sepulcro que está diante de nós, está um defunto, que eu conheci, e pouco tempo há que ali o sepultaram; se Jorge o ressuscitar, sem nenhuma dúvida adoremos o seu Deus". Então o imperador fez sinal a Jorge que o experimentasse.

Pediu então Magnêncio ao imperador que mandasse soltar a Jorge, e depois de solto lhe disse: "Agora, Jorge mostra-nos as maravilhas do teu Deus; e se o fizeres, todos creremos nele. Respondeu Jorge: "Nobre Cônsul, Deus que todas as coisas criou do nada, poderoso é para, por mim, ressuscitar este defunto; mas como vossas almas estão cegas, não podereis entender a verdade; porém, por amor do povo presente, isto que pedis tentando-me, Deus o obrará por mim, para que o não atribuas a arte mágica. Pois este mágico que aqui o trouxeste, confessa que nem por encanto, nem pelo poder dos vossos deuses, pode um morto ser ressuscitado, em diante de todos vós chamo a meu Deus"; e dizendo isto, pôs os joelhos em terra, e quase chorando orava a Deus, e levantando-se disse em alta voz: "Oh! eterno Deus de misericórdia, Deus de todas as virtudes, e que todas as coisas pode, que não frustreis a esperança dos que em vós confiam. Senhor Jesus Cristo, ouvi este mísero servo vosso, nesta hora, assim, como ouvistes, Santos Apóstolos em todo o lugar, dando-lhes poder para fazeres milagres e sinais. Dai, Senhor, a esta geração má o sinal que pode, e ressuscitai este morto para glória vossa, e do Padre e do Espírito Santo. Rogo-vos, Senhor, que mostreis a estes circunstantes serdes só vós, Deus Altíssimo sobre toda a terra e que eles conheçam serdes vós Senhor poderoso, a cuja vontade todas as coisas estão sujeitas e que vossa será a glória para todo sempre. Amém". Dizendo Amém, se ouviu um grande som, de maneira que tremeram todos.Logo se levantou grande alvoroço e tumulto no povo e muitos deles louvaram a Cristo, dizendo que era o verdadeiro Deus.

O imperador e os seus familiares, espantados e cheios de incredulidade, diziam que Jorge era um grande mágico, e que metera algum espírito naquele corpo para enganar os circunstantes; mas depois que verdadeiramente viram e conheceram ser homem o que ressurgira, e que chamava a Jesus Cristo, indo correndo para Jorge, não sabiam mais o que dizer. Athanazio, encantado, vendo esta maravilha, lançou-se aos pés de Jorge, dizendo em alta voz que Cristo era Deus todo poderoso, e rogava ao Santo, que lhe alcançasse o perdão de seus pecados.

Daí a pouco fez o imperador calar o povo, e disse-lhe: "Veremos o engano e malícia destes feiticeiros? Este Athanazio, semelhante a Jorge, ambos de uma mesma arte, favorecem um ao antro; e as bebidas venenosas, não lhà deu, mas deu-lhe outra cheia de encantamento para nos enganar". Acabando de dizer isto, mandou logo degolar Athanazio com o que fora ressuscitada, dizendo o pregão que era por confessarem a Cristo por Deus, e a Jorge mandou meter no cárcere, onde o Santo dava graças a Nosso Senhor pelas grandes maravilhas que por ele fazia.

E estando ali no cárcere, vinham a ele muitos dos que tinham recebido a fé pelas maravilhas que foram feitas. e desrespeitando os guardas, se lançavam aos pés dele, entre os quais alguns enfermos que, em virtude do sinal e do nome do Cristo, foram por ele curados. Andando um pobre homem lavrando a sua terra, um dos bois com que lavrava caiu em terra e morreu; e ouvindo a fama de Jorge foi correndo ao cárcere, chorando a perda do boi. Disse-lhe Jorge: "Vai alegre, porque Cristo, meu Senhor, tornou teu boi à vida". Crendo ele em suas palavras, foi correndo e achou o boi vivo como Jorge dissera, e logo sem mais se deter, tornou este homem, chamado Glycero, a Jorge, o ia pela cidade dizendo em vozes: "Muito grande é o Deus dos Cristãos". Uns cavalheiros o prenderam e mandaram dizer ao imperador o que se passara; o tirano cheio de ira o mandou degolar fora da cidade.

E Glycero, muito alegre, como se fosse a algum convite, ia correndo diante dos soldados que o levaram ao martírio, e com alta voz chamava ao Senhor, pedindo- lhe que recebesse o seu martírio. E desta maneira acabou a vida. Neste tempo, alguns dos senadores foram acusar Jorge ao imperador, dizendo que estando no cárcere abalava o povo e fazia a muitos receber a fé de Cristo.

Ouvindo isto, o imperador tomou conselho com Magnêncio, e no dia seguinte mandou aparelhar sua cadeia junto ao templo de Apolo, para que ali publicamente, fosse Jorge, perguntado. Naquela noite, orando Jorge no cárcere e adormecendo, viu em sonho o Senhor que por sua mão o levantava e abraçava, e lhe punha uma coroa na cabeça, e dizia: "Não temas, mas tem forte o coração, pois já és digno e mereces reinar comigo, não tardes em vir gozar dos bens eternos, que te estão preparados". Acordando e dando graças a Deus com muita alegria, chamou o carcereiro e disse-lhe: "Rogo-vos irmão, que deixeis entrar neste cárcere meu empregado, porque me importa falar com ele". Concedendo o carcereiro o seu pedido, entrou o moço que estava muito triste pelos tormentos que passava o seu senhor. Levantou-o da terra onde se lançara, chorando, consolou-o, esforçou-o e disse-lhe: "Filho, muito cedo me chamara meu Senhor para si, mas depois que passar desta vida, tomarás este mísero corpo e leva-lo-ás a Palestina, à casa onde morávamos, e Deus será guia de teu caminho, e não apartes nunca da fé de Cristo". E prometendo-lhe o criado com muitas lágrimas, que assim o faria, abraçou-o o Santo, a mandou-lhe que fosse dali em paz.

No dia seguinte, assentado Diocleciano em sua cadeira imperial, mandou vir Jorge perante si, e começou com muita mansidão e falar-lhe desta maneira: "Dize-me, Jorge, não te parece que sou muito humano e benigno para ti? Testemunhas me sejam todos os deuses como me pesa em extremo de tua mocidade, assim em flor, da tua gentileza e formosura, como também pelo assento de tua descrição e constância de ânimo. E desejo muito, se te apartares da fé cristã, que mores juntamente comigo, e seja a segunda pessoa do meu império. Agora me responde o que te parece."

Respondeu Jorge: "Razão era, imperador, se tamanho amor e afeição me tinhas que me não perseguisse, como o inimigo principal, e não executarás em mim tantos tormentos por satisfazer com tua ira".

Ouviu o imperador isto com bom gosto e disse a Jorge: "Se me quiseres obedecer como pai, eu te compensarei os tormentos que te fiz dar, com muitas grandes honras que te farei".

Disse então Jorge: "Se queres, imperador, vamos ao templo a ver esses deuses que vós outros honrais". Levantou-se logo o imperador com grande alegria, e mandou declarar público que o Senado e todo o povo viesse ao templo. Indo o povo para o templo, louvava ao imperador pela vitória que, cuidavam, alcançara Jorge. Entrados todos no templo, e aparelhado o sacrifício, tinham todos postos os ollios no mártir esperando que sem nenhuma dúvida havia de sacrificar.

Jorge chegou à estátua de Apolo, e estendendo a mão, disse: "Por que coisa quereis tu que te ofereça sacrifícios como a Deus?"

E logo faz o sinal da cruz. O demônio, que dentro do ídolo estava, bradava dizendo: "Não sou Deus, nem algum semelhante a mim é o Deus a quem pregas. Nós, de Anjos fomos feitos diabos, e enganamos os homens pela inveja que lhes temos. Perguntou-lhe então Jorge: "Pois como ousais vós outros estar aqui neste lugar estando eu presente, que adoro o verdadeiro Deus?" Dizendo isto se sentiu um ruído, como choro que saía das estátuas, e caíram todos os ídolos em terra e fizeram-se em pedaços.

Levantaram-se então alguns dos do povo acesos em ira e fúria, instigando os sacerdotes, tomarem Jorge, e açoitando-o, bradavam dizendo. "Mate este feiticeiro, oh! Imperador, mate este mágico". E correndo estas novas, logo pela cidade, a imperatriz Alexandra, não podendo mais encobrir a fé de Cristo que tinha, veio com grande pressa, e vendo o alvoroço do povo e Jorge preso, e longe dela, e que pela muita gente não podia chegar a ele, bradou em alta voz e dizia: "Deus de Jorge, ajudai-me". Pacificando o alvoroço do povo mandou Diocleciano trazer diante de si Jorge, e com grande ira lhe disse: "Mau homem, desta maneira agradeces a bondade com que te trato? "Deste modo costuma sacrificar aos deuses? "Respondeu Jorge: "Sem dúvida, imperador, que deste modo, aprendi eu a sacrificar aos teus deuses: daqui em diante tem vergonha de atribuir a saúde que tens a tais deuses, os quais não podem sofrer a presença dos servos de Cristo".

Dizendo estas palavras o Santo, chegou a imperatriz e disse ao imperador o que tinha dito d'antes, e lançou-se aos pés de Jorge. Vendo isto o imperador, disse: "Que novidade é esta, Alexandra, que te afeiçoou a este mágico encantador? A bem-aventurada imperatriz não lhe quis responder, tendo-o por indigno de sua resposta. O cruel imperador, cheio de ira e furor pela mudança da imperatriz, deu contra Jorge e contra ela a sentença seguinte: Mando degolar a esse péssimo Jorge, o qual , assim aos deuses como a mim injuriou gravemente; e o mesmo fez Alexandra, imperatriz, enganada com seus feitiços.

Tomaram logo os soldados Jorge e o levaram preso fora da cidade, juntamente com a nobilíssima imperatriz, que orando a Deus como alegre ânimo, caminhava para o lugar do martírio; e indo assim, chegando a um certo lugar, pediu que a deixassem assentar um pouco, e assentando sobre o seu vestido, inclinou a cabeça sobre os joelhos e assim deu o espírito a Deus.

Por essa razão a bem-aventurado mártir, Jorge louvando e dando graças a Deus caminhava com grande alegria. Chegando ao lugar determinado fez oração ao SENHOR, dizendo:

"Bendito sois, Senhor Deus meu, porque não permitistes que eu fosse despedaçado pelos dentes daqueles que me queriam e buscavam, nem consentiste que meus inimigos ficassem alegres com a vitória: porque livraste a minha alma, como pássaro do laço dos caçadores. Pois agora, Senhor, também me ouvi, sede comigo nesta última hora, e livrai a minha alma da maldade dos malignos espíritos; e todos os males que por ignorância em mim executam, lhes perdoai. Recebei, Senhor, a minha alma com aqueles que desde o princípio do mundo vos serviram, e esquecei-vos de todos os meus pecados, que eu voluntariamente, ou por ignorância cometi".

"Lembrai-vos, Senhor, dos que recorrem ao vosso Santo nome, porque vós sois "Santo", bendito e glorioso para sempre, Amém".

Acabando de dizer isto, estendeu o pescoço com alegria e foi degolado, e entregou sua alma nas mãos dos anjos a 23 de Abril, fazendo excelente confissão de fé pura e sã pelo ano 303.

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lidia (Antiga Dióspolis), onde o Santo foi sepultado, e onde o imperador Cristão Constantino, mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis para que o Culto ao Santo fosse espalhado. Seu culto espalhou-se imediatamente por todo o Oriente. Pelo século V, já haviam cinco igrejas em Constantinopla dedicadas a São Jorge. Só no Egito, nos primeiros séculos após sua morte, construíram-se quatro igrejas e quarenta conventos dedicados ao mártir. Na Armênia, em Bizôncio, no Estreito de Bósforo na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores Santos da Igreja Católica. No Ocidente, na Idade Média, as Cruzadas colocaram São Jorge à frente de suas milícias, como Patrono da Cavalaria. Na Itália era padroeiro de Gênova. Na Alemanha, Frederico III criou uma ordem Militar. Na França, São Gregório de Tours era conhecido pela devoção a São Jorge. Nas Gálias, o rei Clóvis dedicou-lhe um mosteiro, e sua esposa, Santa Clotide, erigiu várias igrejas e conventos em sua honra. A Inglaterra foi o país Ocidental onde a devoção ao Santo teve papel mais saliente. O monarca Eduardo III colocou a proteção de São Jorge a Ordem da Cavalaria da jarrateira, fundada por ele em 1330.

Os Ingleses escolheram São Jorge como padroeiro do país, imitando os gregos que, também, trazem a cruz de São Jorge na sua bandeira.

E ainda durante a Grande Guerra (1914-1918 muitas das medalhas foram cunhadas e oferecidas aos enfermeiros militares e as irmães de caridade que se sacrificaram ao tomar conta dos feridos da guerra.

As artes, também, divulgaram amplamente a imagem do santo. Em Paris, no Museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael (1483-1520), intitulado "São Jorge vencedor do Dragão". Na Itália, existem diversos quadros célebres; um deles está em Veneza, de autoria do pintor Carpaccio (1450-1525) e outro, não menos notável, pintado por Donatello (1386-1466).

E hoje, no mundo inteiro, invocam o Santo, pedem sua intercessão e elogiam os admiráveis rasgos de sua poderosa proteção.

A Maravilhosa historia de São Jorge


Se de São Jorge possuímos só os atos do martírio e mais precisamente sua paixão (considerada apócrifa já pelo decreto Gelasiano do século VI, poderíamos até duvidar de sua existência histórica. Toda via não se pode apagar com um simples golpe de caneta uma tradição tão universal: a igreja do Oriente o chama de Grande Mártir e todos os calendários Cristãos incluíram-no no elenco dos seus Santos. São Jorge, além de haver dado nome a cidades e povoados, foi proclamado padroeiro de cidades como: Gênova, de regiões inteiras Espanholas, de Portugal, da Lituânia e da Inglaterra. Com a solena confirmação, para esta última, do Papa Bento XIV.
Este culto extraordinário tem origens muito remotas uma vez que seu sepulcro em Lida, na Palestina, onde o Mártir foi decapitado no início do século IV, era alvo de peregrinações já na época das cruzadas, quando o Sultão Saladino destruiu a igreja construída em sua honra. A imagem de todos conhecida, do cavaleiro que luta contra o dragão, difundida na idade média, faz ver a origem da lenda, criada sobre este Mártir e contada de várias maneiras em suas muitas paixões.

Diz a lenda que um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por sorteio. um dia coube a filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo ca Capadócia. Era São Jorge.

O valente Guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.

Também o fim deste Glorioso Mártir tem o sabor de lenda. Foi condenado a Morte por ter renegado aos deuses do império. Os Algozes Infligiram-lhe no corpo os mais atrozes tormentos. Ele parecia de ferro. Diante de sua invicta coragem e de sua Fé, a própria mulher do Imperador se converteu. Muitos Cristãos, amedrontados diante dos carrascos, encontraram a força de dar testemunho a Cristo com o extremo holocausto de suas vidas. Por fim, também São Jorge inclinou a cabeça sobre uma coluna e uma espada Super afiada pôs fim a sua jovem vida.

Coven


Coven ou Assembléia é, nada mais nada menos, que um grupo de wiccans, que se unem num laço mágico, físico e emocional, sob o objetivo de louvar a Deusa e o Deus tendo em comum um juramento de fidelidade à Arte e ao grupo.
Um Coven tem como filosofia “Perfeito Amor e Perfeita Confiança”
Isto quer dizer que dentro do Coven deverá prevalecer a união, pois um Coven é, antes de mais nada, uma família.
Tradicionalmente, ele abriga o máximo de treze pessoas. Quando esse número excede, há uma divisão e cria-se então os Clãs, formados de vários grupos originados de um Coven inicial comum. Num grupo tão pequeno, todos tornam-se de vital importância, e a falta de qualquer membro é facilmente sentida.
Na Wicca, não existe nenhuma entidade hierárquica. O Coven não precisa ser associado a nenhuma fundação “maior”, com um “grande chefe” comandando tudo. No entanto cada tradição tem sua organização própria sendo umas mais piramidais que outras ou ainda mais ou menos fechadas em relação a novos membros.
O líder do Coven deve possuir sensibilidade e poder interior para canalizar a energia do grupo, para dar início e interromper cada fase dos rituais, ajustando a duração de acordo com o ânimo do grupo. Ele normalmente é escolhido pelo próprio grupo. E geralmente tem seu cargo avaliado pelos membros e por si mesmo. Um sacerdócio-mor, uma posição de liderança, não é um status vitalício… e sempre que necessário outras pessoas podem tomar estas posições
desde que dispostas a trabalhar e de comum acordo com todo o grupo. Tensões por poder são comuns em todos os lugares.
Nessas horas de disputa mesquinha o ideal é que se afastem os membros envolvidos e que se escolha um outro para o cargo. Moderação e diplomacia são sempre preferíveis à decisões ríspidas e autoritárias, mas pulso firme no momento certo assegura a estabilidade dos laços.

Para tornar-se membro de um Coven, o Bruxo deve primeiro encontrar um Coven e ser iniciado, deve submeter-se a um ritual de comprometimento na qual os ensinamentos e segredos internos do grupo são revelados. A iniciação é seguida de um longo período de treinamento, onde a confiança do grupo é aos poucos conquistada. Ou, se não for possível encontrar um Coven de portas abertas, o Bruxo pode escolher uma tradição que admita a auto-iniciação e formar seu próprio grupo de pessoas interessadas que estudarão, se dedicarão e se tornarão, com um pouco mais de esforço, um Coven….
Um Coven sempre mantém encontros periódicos para o treinamento de exercícios, troca de experiências, comemoração dos Sabás e Esbás, além de trabalharem juntos em outros rituais. A disciplina é essencial na formação de uma consciência mágica comum ao grupo e de uma Egrégora (que é, para simplificar, a força mágica do grupo e sua repercussão no Astral).

Covens liberais e democráticos em excesso se embaralham em coisas simples. Um pouco de ordem na casa, objetividade e disposição para abrir mão das próprias opiniões em pró do grupo sempre ajudam a concentrar esforços numa mesma direção.
Cada Coven tem seu próprio símbolo e nome, suas regras, suas características, seu método de estudo e “carisma mágico próprio”. Covens próximos podem e devem trocar influências, porém sempre respeitando a individualidade de cada membro.
Mais que tudo, um Coven é um organismo, vivo e pulsante, que responde segundo seus membros. Se alguém está doente, mal-intencionado, desequilibrado, angustiado, isso tudo se reflete no desempenho do grupo, nos resultados dos rituais.
Por outro lado se há alguém extremamente bem, feliz, disposto, energizado, isso também é dividido com os membros que sentem a energia do Coven. O Coven une seus membros muito além do plano físico, até mesmo no emocional. A união é uma simbiose mágica (ou ao menos deveria ser). O que um sente é notado por todos, o que um passa é sentido por todos. Reza o ditame:

“Os laços de um Coven são mais fortes que o sangue”

Os Covens possuem graus hierárquicos, dependendo de Coven para Coven.

Normalmente os membros são:

* – Alta Sacerdotisa – a líder feminina de um Coven, normalmente de 3º grau. Ela representa a Deusa em um ritual e dá a palavra final em um Círculo.
* – Alto Sacerdote – o líder masculino de um Coven, normalmente de 3º grau. Ele representa o Deus em um ritual.
* – Anciã(o) – um membro do Coven que mereceu seu 3º grau e que seja ou tenha sido uma Alta Sacerdotisa ou Alto Sacerdote em seu próprio Coven.
* – Terceiro Grau – completa e total dedicação aos Deuses e à Comunidade Wicca.
* – Segundo Grau – completou o seu 1º grau e é qualificado para ensinar estudantes do primeiro grau. É o grau do verbo “fazer”.
* – Primeiro Grau – aquele que se dedicou a aprender a Arte. Este é o grau do verbo “saber”
* – Dedicado – aquele que está aspirando o primeiro grau, e decide a dedicar-se aos caminhos da Wicca.
* – Neófito – uma pessoa interessada em Wicca, mas que ainda não sabe nada relativo a Arte.

Os Covens devem escolher uma Alta Sacerdotisa e Sacerdote que sejam democráticos e bons, além de justos e sábios, porque não importa o que os outros membros do Coven falem… É a Alta Sacerdotisa quem dá a palavra final , mesmo que seja essa, contra todos os outros.

Livro das Sombras


Esse é o nome dado pelas bruxas contemporâneas para o livro no qual elas escrevem seus rituais, invocações e encantos. Não é um termo antigo surgido na Inquisição, como é erroneamente dito por aí, visto que a maioria das pessoas nesta época era analfabeta, sendo impossível manter um livro escrito à mão.

O termo “Livro das Sombras” vem do termo inglês Book Of Shadows e é muito comum você ler esse segundo termo em muitos livros e sites (ou sua abreviação: BOS). Todo coven (e toda(o) bruxa(o) solitária(o)) deve ter o seu Livro, pois é quase que uma base de todo o seu trabalho ritualístico. Tudo o que se refere à Wicca e à Bruxaria pode ser incluído nele.

Não se trata de um livro antigo ou famoso, apesar de muitos terem essa impressão. Não existe “um” Livro das Sombras; cada bruxa ou coven tem o seu, tradicionalmente escrito à mão. Esse trabalho escrito é chamado de “livro das sombras” porque seu conteúdo só pode ser a sombra das realidades deste mundo.

Nele, você irá escrever todos os seus feitiços, rituais, correspondências, invocações, cânticos e o que mais for necessário para a realização dos rituais. Muitas bruxas e bruxos gostam de ter mais outros dois livros: um para ser usado como diário de sua vida mágica, anotando desde sonhos até pensamentos sobre a religião, e outro para anotar informações históricas, dados sobre o Paganismo etc. Acredito que este seja um modo bastante interessante de se trabalhar.

O Livro das Sombras tem tradicionalmente a capa preta com o pentagrama cravado na capa, mas você pode cravar outros símbolos e até mesmo utilizar outras cores como verde, marrom, azul marinho. Tente se concentrar em cores e materiais naturais.

Uma antiga regra dos covens era que, quando alguém morria, seu livro deveria ser queimado. A razão principal era poupar os familiares da bruxa, pois a descoberta de tal livro poderia deixar-lhes em uma situação difícil, especialmente em famílias onde o culto era passado de geração para geração.

sábado, 17 de abril de 2010

Os Esbás


A Bruxaria é uma religião lunar por excelência. Ainda que tenha elementos solares, expressos nos sabás (que celebram o ciclo de vida e morte do Deus-Sol), as suas principais características são lunares. Por isso na Bruxaria, tanto tradicional quanto moderna (Wicca) celebra-se o ciclo da Lua nos chamados esbás. Como dito no texto Introdução à Wicca, a Lua representa a Deusa Tríplice. Na lua nova e crescente ela é a Donzela, na lua cheia é a Mãe e na lua minguante é a Anciã/Deusa Negra.

Ordinariamente, a única fase da lua que todo praticante da Bruxaria celebra é o plenilúnio, que é o primeiro dia da lua cheia, quando a Deusa mostra-se no máximo do seu poder. Embora a lua cheia dure sete dias, é importante que o esbá seja feito no dia da sua entrada, pois nos dias seguintes ela na verdade já está começando a minguar. Porém, é possível também celebrar o esbá um dia antes ou um dia depois, se não for possível no dia exato. Não é o ideal, mas é possível. Classicamente, a deusa honrada no plenilúnio é Diana, embora seja possível honrar outras, tais como Selene e Ísis. O Deus em geral é Dioniso, Pan, Cernunnos ou Osíris. É importante dizer que o objetivo principal dos esbás do plenilúnio é receber a inspiração da sabedoria da Deusa no nosso espírito, para que aprendamos diretamente com Ela.

Há bruxas e bruxos que preferem celebrar outras fases da lua, além do plenilúnio. Em muitas tradições são celebradas também a chamada Lua Negra (ou Lua Balsâmica), que é a fase de total escuridão da lua. Nesta fase, que são os últimos três dias da lua minguante, a lua acabou de minguar e desapareceu totalmente, abandonando os céus. A Deusa então mostra-se como a Deusa Negra, a que revela o Seu lado obscuro e terrível, muitas vezes cruel, bem como o nosso. Essa fase da lua é mais difícil de ser trabalhada e não é recomendável que alguém recém-chegado à bruxaria já comece a celebrá-la. Aconselha-se por volta de seis meses de experiência com o plenilúnio antes de se trabalhar a Lua Negra.

A Lua Negra é tão poderosa quanto o plenilúnio. Porém, o Seu poder é de uma ordem diferente. É o poder das sombras, do terror, da face destrutiva da Divindade. Em geral, é um poder que assusta quem começa a trabalhar com ele, mas é um poder necessário de ser compreendido, pois faz parte da Deusa (e portanto de nós). A Bruxaria não é uma religião de luz, mas de equilíbrio entre luz e sombras e para tal é preciso que se conheça igualmente estes dois aspectos da realidade.

Os esbás da Lua Negra são voltados ao conhecimento do nosso lado obscuro e a sua cura, para que transmutemos as nossas características improdutivas (nervosismo, ódio etc) em características produtivas (paz interior, amor etc) e para que aprendamos a lidar com as nossas sombras. As deusas normalmente relacionadas a esses rituais são Hécate, Ceridwen e Lillith.

Modernamente, algumas tradições da Wicca, tais como a tradição das fadas (da qual faz parte Starhawk) e a tradição diânica (cuja praticante mais conhecida é Laurie Cabot) passaram a celebrar também a entrada da lua crescente e a entrada da lua minguante. Na entrada da lua crescente, celebra-se o poder da Donzela, que aumenta dia-a-dia até se transformar na mãe. Já na entrada da lua minguante, celebra-se o poder da Ancião, ou Velha sábia.

Em muitos casos, a celebração da Lua Negra foi substituída pela da lua minguante, embora esses dois esbás não sejam equivalentes. Isso porque a minguante representa deusas necessariamente "anciãs", isto é, já bem velhas, com grande experiência de vida. Na Lua Negra, ao contrário, não há essa obrigação da "idade" das deusas. Por exemplo, Hécate, a deusa mais comumente associada com essa fase, era normalmente retratada pelos antigos gregos como uma mulher bem jovem. Em termos de idade, ela seria uma deusa da época da lua crescente. Mas as suas características de Deusa Negra fazem com que ela seja melhor associada à fase de escuridão da Lua.

De qualquer forma, as celebrações das luas crescente e minguante não é obrigatória, embora possa ser enriquecedora a quem as fizer. Em verdade, a maior parte dos praticantes de bruxaria preferem celebrar apenas a lua cheia e alguns também a lua negra. Mas cada um deve fazer do modo que achar melhor e for mais produtivo para a sua vida. Mas sempre lembrando da necessidade de conhecer todas as faces da Deusa, que se repetem em nossas personalidades, assim como os Deuses, somos parte luz parte sombra. Para nosso completo equilíbrio, estas forças devem interagir em nosso ser de maneira harmônica, sem excessos.

Wicca - Um Caminho com o Coração


A Wicca está se ampliando em todo o mundo.

É natural que com isso atraia vários tipos de reaçòes, desde pessoas que estão dentro do próprio movimento , como de outras pessoas que estao em outras correntes mágicas e querem de alguma forma provar que suas versões de realidade são "superiores" ou "mais poderosas".

Mas o fato é que independente disso a Wicca cresce, ganha espaço em midia e isto é um bom sinal, pois estamos falando de tornar acessível a muitas pessoas uma abordagem da realidade alternativa a este modelo dominante que aí está.

É óbvio que nunca se revelará um segredo da ARTE em público, porque a NATUREZA faz isso todos os dias, a cada instante, revela segredos profundos, mas para quem não sabe ler, nada significa.

Assim, acreditar que revelar uma cerimônia ou uma palavra é revelar a ARTE me parece o medo de quem tem mais crença na forma que na essência.

O paganismo está crescendo, como pagão em ato, em cada ato de minha vida que procuro realizar com paradigmas pagãos, me sinto a vontade novamente.

Cada vez que vejo um rito de pagãos acontecendo em praça pública, pouco importando se a mídia, essa hidra de lerna, leva a sério ou não, eu sorrio, feliz, sinto que através dos véus do tempo posso ir até diferentes momentos no tempo e espaço e sussurrar a homens e mulheres valorosos que estão sendo torturados(as) ou mortos por causa da magia:

"Coragem, vencemos!"

Pois estamos crescendo, estamos voltando e como o Sol primaveril voltamos com a beleza do renascimento, numa terra árida , sequiosa de alegria e vida, voltamos com a força dos gêmeos das lendas nativas, o garoto e a garota que trazem o pólen , o grão, que ao se tornar semente é a promessa da vida que se renova.

TEmos não apenas o direito mas a necessidade de buscar modelos alternativos da realidade, de buscar novos paradigmas para orientar nossas vidas.

As instituições estão falidas, não realizaram o que prometeram, manter-se atrelado a elas é partilhar de sua senilidade e imcompetência existencial.

O modelo de realidade que domina o mundo não fez do ser humano alguém mais feliz, mais equilibrado ou mais em harmonia com o meio no qual vive, não gerou sociedades onde o respeito a vida prevalece.

Este mundo caótico que aí está, vendido falsamente como o ápice da evolução humana, é o resultado destes paradigmas que transformam o ser humano em coisa, em mercadoria e passamos a acreditar que podemos comprar tudo nas prateleiras deste vasto supermercado que o mundo foi transformado.

Governos incompetentes geram crises para desviar a atenção do jogo corrupto de poder dos senhores feudais que jogam com seus votos de cabresto para se manter no poder, da violência direta ou indireta para eliminar desafetos, quem ouse discordar e da mídia para manter confusa, amedrontada e neurotizada uma população que poderia cumprir o mítico destino destas terras lendárias, estamos em Hybrasil, mas que continua mendigando por migalhas de um todo que nos pertence.

Paganismo é uma postura existencial revolucionária, é um questionamento radical de tudo que temos por real, por fato, por método e sistema de vida, é reavaliar nossa relação com toda nossa realidade.

Separas pelo menos o lixo orgânico do inorgânico em tua casa?
Algo tão simples e são os atos simples que revolucionam o mundo.

A magia começa imperceptivelmente, mas o fato é que ela sempre este ali, tu é que não estavas onde a magia está :
Aqui e Agora!

Ficamos a vida toda vagando em futuros ansiosos ou em passados rancorosos e perdemos a chance de estar no único momento efetivo onde tudo ocorre, AQUI e AGORA.

Temos que existir antes de mais nada, seres diluídos, projeções de estilos de raciocinar, emocionar e reagir que implantaram acabam se destroçando na magia, trazendo a tona seus destemperos e pondo-se a mercê de tolices que já arrazaram mais de um(a) candidato(a) à liberdade.

Fico vendo as pessoas brigarem nos pontos que me parecem de menor importância.

Você pode comprar um cristal em uma loja, mas a magia para despertar a essência que dorme naquele cristal, esta só pode brotar de teu peito, só pode brotar da tua vontade, da tua intenção.

Podes comprar um caldeirão numa loja mas não podes tornar teu caldeirão uma projeção do útero da Deusa se não fores uno (a) com ELA.

E esta conexão com a ETERNIDADE não pode ser vendida, nào pode ser comprada, portanto é muita tolice ficar brigando porque existe comércio envolvendo produtos, objetos que para nós, bruxos e bruxas são sagrados.

O que importa é que não negociamos almas, não somos convertores, somos homens e mulheres livres, livres para viver como quisermos, para nos conectarmos a TOTALIDADE como quisermos, para amar como quisermos, para sermos o que quisermos.

Essa a essência dos caminhos pagãos, LIBERDADE, somos livres.

MAs temos que aprender a querer, temos que ir além do que fizeram de nós para sermos realmente o que somos em essência.

Este é o caminho que os Deuses e as Deusas podem nos auxiliar a trilhar, vivenciando os arquétipos divinos fazemos uma dupla viagem.

Ao mesmo tempo que trabalhamos com os arquétipos existenciais em nós, realizando uma progressiva e harmônica individuação, tam'bem trilhamos um caminho de sintonia e ressonância com as forças da natureza, solares e dos astros e tantas outras que vem da ETERNIDADE e passam por nós.

Por isso podemos dizer que os Deuses e Deusas vivem em nós, ao mesmo tempo que somos parte deles, resolvermos tais forças em nós é também participar de suas realidades que vão além de nossas abordagens racionais.

Por isto como bruxos (as) negamos a superioridade da razão sobre a intuição e consequentemente não julgamos o mito como uma idade anterior ao "avanço sábio" da razão.

A abordagem mítica da realidade é um caminho tão válido como o que se convencionou chamar de ciência.

Precisamos rever os conceitos prontos que temos sobre o paganismo e suas formas de manifestação.

Como já comentei em textos anteriores, para o paganismo, não há um "adorar do SOl."

Essa interpretação atual dos ritos ancestrais é equivocada.

Nossos ancestrais se "sintonizavam" com o Sol, transformador de energias oriundas de mundos diversos.

Um praticante, vindo de sua roça no campo e participando num dos lugares sagrados das festividades de um equinócio ou solstício podia não entender exatamente o que estava fazendo, no sentido racional que damos para o termo entender hoje, mas participava ativamente de um momento mágico, no qual os organismos humanos presentes, eram sintonizados com as forças vindas dos astros, sol e de origens várias, para metabolizar estas energias e levá-las a serem absorvidas pelo ser Terra.

Nossa cultura de escravos pedintes tenta interpretar esses ancestrais ritos com base nas cerimônias modernas, onde escravos pecadores imploram a um deus extra cósmico e punitivo, perdão por seus pecados, cheios de medo.

Temos que trabalhar muito para nos libertarmos desse lixo que imprimiram em nós, para realmente podermos compreender a realidade com a coragem e força que um (a) pagão (ã) o faz.

Cada um de nós tem um cordão de energia que nois liga ao Sol e do Sol ao núcleo galáctico e de lá sabemos prá onde.

Cada um de nós tem linhas de energia ligadas as estrelas que vemos, a TERRA enquanto ser Vivo e Consciente.

Temos que reaprender a manifestar em nós a força plena que possuímos e não nos contentarmos com as visões de mundo que tentam nos impor.

Por isso o movimento Wicca tem nossa total simpatia, nós da TRibo do Arco Íris, um movimento xamânico internacional que luta ativamente pela recuperação dos direitos de expressão e manifestação dos valores ancestrais, perseguidos de forma vil , desde a Inquisição até as modernas manipulações das agências de inteligência, como demonstra um interessante livro chamado "The cultural cold War" .

Temos que deixar de bobagens que tanto dividem as pessoas e nos colocarmos em total presença , em plenitude nos ritos , nos momentos que realizamos a magia maior que é viver, a cada instante, plenamente.

A verdade de nossas idéias é demonstrada em cada ato, em cada momento, em cada instante, atos cerimoniosos em momentos ritualísticos são fáceis de fazer, manter o intento mágico em cada ato do dia, é este um desafio de todo(a) magista, de todo(a) pagão(a):

Em cada momento, sem usar de desculpas, manifestar o que diz crer.
Pois magia é ato.
Meras elocubrações são apenas fantasia.
A premissa básica da Wicca recupera o elo do ser humano com a NATUREZA.
Isso é fundamental, só sobreviveremos se recuperarmos nossa consciência ecológica.

Na Wicca a Consciência ecológica é implicita, pois a NAtureza é viva, é uma das faces da Deusa, assim recuperamos a abordagem orgânica da realidade, perdida pelos condicionamentos da sociedade industrial, com sua coisificação da realidade.

É interessante sentir o elo da tradição na Wicca, por gerações e gerações, (até a década de 50 , bruxaria era crime na Inglaterra) de forma discreta e sutil o saber sendo mantido, o conhecimento transmitido, ritos disfarçados nos usos domésticos, o ato de cozinhar, de varrer a casa, de bordar, os homens mantendo a ARTE em suas artes de carpinteiro, construtores, usando da linguagem de seu ofício com duplo sentido, criando do ato de sua vida uma metáfora para o que não lhe permitiam dizer.

É interessante como os ramos femininos da Wicca foram bem revelados, quando se conta dos caminhos do caldeirão e da vassoura , mas existe também todo um ciclo masculino na Wicca, o caminho dos Dragões, o caminho dos que usam os artefatos de seus ofícios na mesma trilha de liberdade e Sintonia com a DEUSA.

É um papo prá outro momento mas é bom citar isso, temos que tomar cuidado para evitar também uma negação do modelo masculino, pois embora o sacerdote tenha se tornado mercador de almas em tantos ramos, embora guerreiros tenham sido deturpados em mercenários, ainda há quem trilhe os caminhos originais e assim prefiro dizer que esta civilização é "pseudo patriarcal" e não patriarcal, pois patriarcal é um valor interessante, que nada tem a ver com este estado de desequilibrio e dominaçao que caracteriza os "neo impérios" e "neo senhores feudais" dominantes.

Éstamos vivendo nos tempos mágicos da transição, da batalha, da transformação, cabe a cada um de nós se sintonizar com a linhagem que lhe interessa, com sua tribo, com seu clã e optar:

Fazer parte do mundo que está começando, ou parte do mundo que está acabando, nitidamente a nossa frente.

É uma opção que é dada a todos nós, pessoal e intransferível.
A realidade de nossa opção se revela em cada mínimo ato que realizamos.

Dicas para Sorte e Prosperidade


» A Terra representa o mundo material e objetivo. Na Magia, quando se busca acentuar o lado prático e explorar a prosperidade, é costume oferecer uma pedra ou uma maçã para os gnomos, os senhores da Terra.

» Existe uma prática muito antiga para afastar a má sorte e os obstáculos de sua vida. Escreva em um papel tudo o que quer afastar de seu caminho. Você terá de jogar esse papel de uma ponte que passe sobre um rio. As águas vão levar todos os males para bem longe, e quando você atravessar a ponte terá deixado todas as coisas ruins para trás.

» Uma pena amarela é um amuleto muito eficiente. Se você encontrar uma (jamais arranque-a de uma ave, você deve encontrá-la no chão), coloque-a dentro do seu travesseiro e estará com a sorte a seu lado. Lembre-se de acender, de vez em quando, um incenso em agradecimento ao elemento ar.
Poção para acalmar os bebês
Separe as pétalas de cinco rosas brancas, do tipo que dá em cachos nas trepadeiras. Ferva bem um litro de água e mergulhe nela essas pétalas. Deixe em infusão por uma hora e coe.
Essa água combate o stress e deve ser misturada ao banho do bebê. Também combate irritações oculares, e pode ser usada para lavar os olhos. Mas atenção:
Esse preparado é de uso unicamente externo. Jamais dê para a criança beber!

Dicas para Poder e Proteção


» A ágata proporciona uma boa acolhida por onde quer que passemos. Por isso, é sempre bom levar um dessas pedrinhas conosco. A ágata abre espaço para que você entre na casa e no coração das pessoas.

» O cristal de rocha é uma pedra muito utilizadas pelos bruxos preguiçosos, pois acelera a vitalidade e afasta a apatia. Ela deve ser guardada em um saquinho de couro com ramos secos de arruda e um pouco de tabaco.

» Para afugentar a melancolia e a tristeza, faça um saquinho de algodão branco recheado de bétula seca e amarre-o junto ao pé da cama. Essa antiga Magia tem o poder de renovar nosso estado de espírito.

» Dizem que romãs abertas colocadas na janela de casa afastam todo o mal. Isto porque a romã representa a união fraterna e a família feliz.

Dicas para Amor, Paixão e Sensualidade


» Para ficar disponível para um amor novo e inesperado, faça um círculo com pétalas de várias flores no chão e sente-se dentro dele. Peça à Mãe Natureza que encontre a pessoa certa para você. Deixa a imaginação rolar. Recolha as pétalas e misture-as à água do seu banho, depois, é só aguardar.

» Um poderoso amuleto de fascinação amorosa foi recolhido da tradição árabe. Pegue um cílio do seu olho direito e pronuncie sobre ele o que você deseja (uma situação, nunca uma pessoa!). Envolva-o com um lenço virgem e carregue-o no bolso por uma semana. Isso aumentará o seu poder sedutor.

» Sempre existe uma pessoa para cada outra que caminha sobre a Terra, porém às vezes, este encontro demora mais a acontecer, talvez por capricho de um destino mais rigoroso. Para apressar este encontro, costuma-se carregar um quartzo rosa junto a um papel com uma pequena descrição de como queremos que seja esta pessoa. Esta é uma Magia que costuma dar certo quando feita com fé e determinação.

» Para atrair o amor para perto de você coloque um quartzo rosa em uma taça de vinho tinto, cubra com um lenço de seda. Durma com a taça a seu lado. Na manhã seguinte, retire a pedra e tome o vinho. Ele está imantado coma energia do amor.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ritual de Esbat- O Ritual da Lua Cheia



"Deusa da Lua e da Magia mostre-me a resposta.

Deusa dos misterios, revele-me todos os destinos."

Alem dos Sabbats os povos celtas celebravam também os Esbbats ou seja as treze Luas Cheias ao longo do ano. A Lua Cheia foi venerada por milenios por homens e mulheres, que reunem nas montanhas, numa clareira, enfim em um lugar aberto para que possam comungar com as Deusas Lunares e a Lua Mae, plena e cheia com seus raios afagando-os lhes transmitindo sua sua dedicaçao e amor.

Durante os Esbbats referencia-se a força criativa, geradora e sustentadora do Universo, manifestada como a Grande mae.

A Noite de Lua Cheia ou Plenilunio, é o auge do poder da Deusa, sendo o momento adequado para rituais de cura e trabalho mágico ou apenas usado para uma aproximaçao maior com a Deusa.

Tanto os "solitarios" como algumas assenbleias de Bruxas ou simplesmente mulheres que seguem, por tradiçao a a antiga Religiao.
O Ritual em si:
Material:
1 toalha branca ou prateada
1 vela branca ou prateada
roupas brancas ou prateadas
incenso citronela, sandalo e cânfora
Uma taça de leite
agua para o caldeirao
O caldeirao pode colocar a agua para quando o reflexo da lua aparecer dentro dele fazer adivinhaçoes.
Neste ritual nao ha necessidade de abrir e fechar circulo, a nao ser que seja feito dentro de casa, mas o melhor é que seja fora com a Lua iluminando.
Arrume o altar e se posicione de frente para a Lua.
Fechem os olhos abram os braços para a mãe Lua e digam :
"Vem a nós senhora de prata! Banhe-nos com sua luz, fazendo-nos brilhar! Brinde-nos com Seu poder, oferecendo-nos sabedoria! Permita que sejamos força e amor, razão e arte, claro e escuro!
Que sejamos sempre e sempre Lua" repitam 3 vezes
"Desperte o desejo em nossos coraçoes e o amor em nossas vidas!"
Repitam 3 vezes: "Feliz é o nosso encontro!"
Senten-se de frente para o caldeirao, podem fazer seus pedidos, podem apenas meditar, podem visualizar a Lua cheia dentro do caldeirao.
Depois deve-se dançar à Luz da lua porque este é um Esbbat de alegria. Faça uma libaçao com a taça de leite e beba-a, se tiverem mais pessoas cada um da um golinho, a taça tem que voltar para o altar vazia.
Quando terminar agradeçam por todos aqueles que ali estiveram presentes na celebraçao e peçam mais uma vez proteçao a Deusa Lua, pois ela simboliza todas as deusas Lunares.
É opcional escolher uma deusa Lunar e fazer apenas dedicando a Ela.
Encerramento:
Digam:
Meu corpo e minha alma saúdam e agradecem a Tua Presença,
Dama da Noite, Senhora do Arco de Prata,
Senhora da Vida, Deusa da Magia, da Natureza
Tu és o começo o meio e o fim,
Tu que é beleza , plenitude e Magia,
Eu sou voce ontem, Tu és o que eu serei amanha.
Que assim seja!
Que assim se faça!
Deem o ritual por encerrado!
LUZ E HARMONIA

O MAGO MERLIN


Merlin (ou Merlim), personagem do Ciclo Arturiano, era um mago, profeta, conselheiro e grão-druida. Teve sua primeira aparição no século X, e segundo a lenda ele é filho de uma freira com um íncubo (demônio da Idade Média). Merlin herdou a beleza da mãe e a inteligência do pai.

Merlin, primeiramente, foi confundido com um louco chamado Myrddin, que se refugiou nas terras escocesas e lá fez muitas previsões para o futuro.

Dentre as lendas urbanistas, Merlin foi conselheiro de Vortigern, Uther - o Pendragon, Morgana e Artur. Diz a lenda que Uther se apaixonou por Igraine, a Duquesa da Cornualha, mas o marido trancou-a em uma torre e Merlin fez com que Uther assumisse a forma de Gorlois, o marido de Igraine, o que permitiu que ele passasse uma noite com a duquesa. Deste estranho adultério nasceu Artur.

Merlin tinha uma propriedade conhecida como Avalon (Glastonbury). Em Avalon ou Ynys Wydryn, ele tinha seus sacerdotes e sacerdotisas, fazia seus feitiços e recebia sonhos em sua torre conhecida como Tor (Colina de Glastonbury). Merlin não era o nome desse mago, mas sim sua condição, havia uma lei druida que dizia que o mais sábio, mais inteligente e mais poderoso chegaria a condição de Merlin. E em Avalon só existia esse homem que por assim ficou conhecido como Merlin.

O mago Merlin conhecia mistérios do céu e da terra, da vida e da morte, dos homens e dos deuses. Alguns o chamavam de feiticeiro, outros achavam que ele era um santo. Todos, porém, o reconheciam como um dos homens mais sábios desde tempos imemoriais. O papel do Merlim na trama a partir daí não era o de fazer magia e feitiços, mas sim de mostrar ao seu povo que ele continuava junto ao rei e com isso assegurar a paz entre o reino e os povos antigos, os tornando aliados incontestáveis. É bom deixar claro que Merlin era um título e não um homem.

Na Britannia

Segundo As Crônicas de Artur, de Bernard Cornwell, o sonho de Merlin era expulsar os saxões e cristãos da Britannia (atual Inglaterra) e isso só poderia ser feito se ele encontrasse os Treze Tesouros da Britannia, sendo que o último que faltava era o Caldeirão de Clyddno Eidin. Juntando os Treze Tesouros da Britannia, segundo Merlin, a mesma seria devolvida aos deuses. O Caldeirão foi encontrado, mas a traição veio de onde Merlin menos esperava. Nimüe (também confudida como Vivien, Viviane ou Nimueve), A Dama do Lago e sua amante, roubou o Caldeirão, aprisionou Merlin em um carvalho e morreu tentando usá-lo.

O Bardo Verdadeiro

O título bardo é na verdade de origem celta e os bardos verdadeiros, os da Idade Média, são na verdade membros deste povo. Os celtas eram um povo branco que surgiu séculos antes de Cristo, na região central da Europa, tendo chegado a conquistar boa parte do continente e saqueado, inclusive, a cidade de Roma, durante o início da República. Com o passar dos séculos tiveram suas terras originais conquistadas por outros povos e seu território limitado à Bretanha, a ilha que hoje abriga o Reino Unido (ou Grã-Bretanha).

Os celtas eram politeístas, com crenças baseadas nas forças da natureza. Sua religião é extremamente conhecida mesmo hoje: os druidas, assim como os bardos, vêm da tradição religiosa deste povo. O que se convencionou chamar de druida praticamente personifica os sacerdotes celtas, apesar de algumas controvérsias: existe uma outra tradição, supostamente originária em Atlântida, a mitológica ilha que se localizaria quase no extremo norte do Oceano Atlântico, que também utiliza o título de druida; então o nome não é exclusivo dos celtas. Os bardos fazem parte das duas tradições de forma semelhante, de modo que vamos utilizar a tradição celta como base.

Os druidas eram sacerdotes e sacerdotisas celtas. Seus ritos eram realizados em florestas e locais de natureza intocada, de preferência próximos a carvalhos antigos (o nome druida significa adoradores do carvalho). Acreditavam em vários deuses, mas que a soma de tudo o que existe provinha de uma divindade unificada; esta divindade não possuía sexo, mas os druidas reverenciavam o aspecto criador e pacificador, características que desde tempos imemoriais (o Cristianismo foi a primeira religião a mudar isto) estão ligadas ao aspecto feminino da divindade: a Deusa.

Os bardos eram, simplificando, aspirantes a druida. Para um homem, o caminho do bardo era o caminho a ser percorrido para se tornar um druida, um caminho em que se dedicava às artes e ao conhecimento. Os bardos atuavam como conselheiros do “reis” celtas, e ao mesmo tempo, como “bobos da corte”, distraindo os nobres e o povo com suas músicas e poemas. Quando ascendiam ao posto de druida, deixavam estas funções para se dedicar ao culto da Deusa, enquanto serviam como mestres para um novo aprendiz, um novo bardo.

A tradição druida também está fortemente ligada ao uso de rituais e efeitos mágicos e os bardos também lidavam com rituais desse tipo. De fato, o termo bruxa inclui as mulheres druidas e o maior “mago” da Idade Média não era na verdade mago, e sim um bardo: Merlin era um título usado na Bretanha para designar o alto conselheiro do rei. O mago Merlin das lendas do Rei Arthur foram, na verdade, dois: Taliesin e Kevin, ambos bardos que se tornaram druidas (e não magos). Taliesin é o “Merlin” normalmente retratado nas histórias de Arthur (sendo considerado o maior bardo de todos os tempos), mas Kevin, seu aprendiz, um aleijado com as mãos e pés deformados mas que tocava sua harpa de forma divina (sendo portanto um bardo sensacional), também ocupou o cargo de Merlin e foi, inclusive, decisivo na derrocada de Arthur. O bardo está tão enraizado na cultura bretã que, até meados de século passado, ainda eram realizados pela Coroa Inglesa concursos para premiar os melhores bardos do Reino Unido.

Enfim, o bardo verdadeiro está ligado intimamente à natureza, sendo um ministro da religião celta, assim como um padre o é para os católicos. Aliás, aproveitando esta analogia, vamos falar sobre os menestréis.

Stonehenge

Existem outras lendas atribuidas a Merlin como a da construção de Stonehenge, o famoso círculo de pedras na Inglaterra. Já se especulou que Stonehenge foi construída por druidas e alienígenas, mas existem lendas que contam que as pedras foram transportadas do País de Gales através do ar pelo mago Merlin no ano 300 a.C.

Os primeiros registros existentes onde consta Merlin (Armes Prydein, Y Gododdin) são do começo do século 10. Neles consta que Merlin era um mero profeta, mas o papel dele foi evoluindo gradualmente como mago, profeta e conselheiro, ativo em todas as fases da administração do reinado do Rei Arthur. Ele foi aparentemente chamado ao nascer com o nome de Emrys num local chamado Caer-Fyrddin (Carmarthen). Só depois ele tornou-se conhecido como Merlin, uma versão latinizada da palavra gaulesa, Myrddin.

Merlin era o filho bastardo da Princesa Real de Dyfed. Porém, o Rei, pai da princesa, Meurig ap Maredydd ap Rhain, não é encontrado nas genealogias tradicionais deste reino e provavelmente era um sub-rei da região que limita Ceredigion. O pai de Merlin, é dito, era um anjo que tinha visitado a Princesa Real e tinha a deixado com a criança. Os inimigos de Merlin diziam que o pai dele era um incubus, um espírito mau que tem relacionamento com mulheres enquanto dorme. As pessoas suspeitavam que a criança "diabólica" (Merlin) veio para ser um contra peso à boa influência que Jesus Cristo teve na terra. Merlin, felizmente, foi batizado cedo em vida. É contado que este evento negou o mal na natureza dele, mas os poderes do lado esquerdo ficaram intactos nele. A história original foi inventada para salvar a mãe dele do escândalo que teria acontecido presumivelmente à ligação dela com Morfyn Frych (o Sardento), Príncipe secundário da Casa de Coel, ato de conhecimento público.

A lenda nos conta que a retirada romana da Inglaterra e a usurpação do trono dos herdeiros legítimos fez com que Vortigern fugisse da Saxônia e fosse para Snowdonia, em Gales, na esperança de construir uma fortaleza em uma montanha em Dinas Emrys onde ele poderia estar seguro. Infelizmente, a construção vivia desmoronando e os feiticeiros da casa de Vortigern lhe falaram que um sacrifício de uma criança órfã resolveria o problema. Uma pequena dificuldade foi isto, pois aquelas tais crianças eram bastante difíceis de serem encontradas. Felizmente para a fortaleza de Vortigern, Merlin era conhecido por não ter nenhum pai humano e o disponibilizaram.

Antes que o sacrifício pudesse acontecer, Merlin usou os grandes poderes visionários dele e atribuiu o problema estrutural a uma piscina subterrânea no qual viveu um dragão vermelho e um dragão branco. O significado disto, de acordo com Merlin, era que o dragão vermelho representou os Bretões, e o dragão branco, os Saxões. Os dragões lutaram, o dragão branco levou a melhor no princípio, entretanto o dragão vermelho empurrou o branco para trás. O significado estava claro. Merlin profetizou que Vortigern seria morto e o trono seria tomado por Ambrosius Aurelianus, depois Uther e logo depois o grande líder Arthur. Caberia a ele empurrar os saxões para trás.

De acordo com a profecia, Vortigern foi morto e Ambrosius tomou o trono. Depois, Merlin parece ter herdado o pequeno reino do avô dele, mas abandonou as terras dele em favor da vida mais misteriosa para a qual ele se tornou tão bem conhecido (a vida druídica). Depois que 460 nobres britânicos foram massacrados na conferência de paz como resultado do artifício saxônio, Ambrosius consultou Merlin sobre erguer um marco comemorativo a eles. Merlin, junto com Uther, levou uma expedição para a Irlanda para obter as pedras do Chorea Gigantum, o Anel do Gigante. Merlin, pelo uso dos poderes extraordinários dele, devolveu as pedras para um local um pouco a ocidente de Amesbury, e os reergueu ao redor da sepultura da massa dos nobres britânicos. Nós chamamos este lugar de Stonehenge.

Após a sua morte, Ambrosius teve como sucessor o seu irmão Uther, que durante a perseguição dele a Gorlois conheceu a sua esposa irresistível, Igraine (Ygerna ou Eigr em alguns textos). Uther voltou para as terras em Cornwall onde foi pedir para Merlin ajudá-lo a possuir Igraine e, para tanto, teve que fazer um trato com Merlin de que a criança que nascesse da união do casal fosse dada a Merlin, que seria seu tutor. Uther aceitou e foi ajudado por Merlin que o transformou na imagem de Gorlois. Uther entrou no castelo de Gorlois e conseguiu enganar Igraine a pensar que ele era o marido dela, e engravidou-a, concebendo ela uma criança, Arthur. Gorlois, no entanto, não sabendo o que iria acontecer, saiu para encontrar-se com Uther no combate, mas ao invés disso foi morto pelas tropas de Uther, enquanto este se passava por Gorlois.

Depois do nascimento de Arthur, Merlin se tornou o tutor do jovem menino enquanto ele crescia com o seu pai adotivo, Senhor Ectório (pseudônimo Cynyr Ceinfarfog). No momento definido da carreira de Arthur, Merlin organizou uma competição da espada na pedra (a espada era Caliburnius e não a Excalibur, Excalibur veio após Arthur quebrar Caliburnius) pela qual o rapaz se tornou o rei. Depois, o mago conheceu a mística Dama do Lago na Fonte de Barenton (na Bretanha) e a persuadiu a presentear o rei com a espada mágica, Excalibur.

Nos romances, Merlin foi o criador da Távola Redonda, e esta sempre ajudando e dirigindo os eventos do rei e do reino Camelot. Ele é pintado por Geoffrey de Monmouth, ao término da vida de Arthur, acompanhando Arthur ferido para a Ilha de Avalon para curar das feridas dele. Outros contam como tendo se apaixonado profundamente por Morgana, a meia irmã de Arthur, concordando em lhe ensinar todos seus poderes místicos. Ela ficou tão poderosa que as habilidades mágicas dela "excederam" às de Merlin. Determinou que não seria escravizada por ele e prendeu-o em um calabouço, uma caverna semelhantemente a uma prisão. Assim a ausência dele na Batalha de Camlann era no final das contas responsável pelo falecimento de Arthur.

É dito que a prisão e/ou o local onde ele está enterrado está em baixo do Montículo de Merlin na Faculdade de Marlborough, em Marlborough (Wiltshire), a Drumelzier em Tweeddale (a Escócia), Bryn Myrddin (a Colina de Merlin) perto de Carmarthen (Gales), Le de Tombeau Merlin (a Tumba de Merlin) perto de Paimpont (Brittany) e Ynys Enlli (Ilha de Bardsey) fora a Península de Lleyn (Gales).

Esta é a lenda de Merlin mais conhecida, tendo outras que diziam que ele era um louco que tinha o dom de prever as coisas que iriam acontecer e que vivia nas florestas como um selvagem. Sendo assim Merlin é um dos seres mais enigmáticos que existiu, onde até hoje ninguém sabe se ele existiu mesmo ou se é apenas uma lenda, o que se sabe são apenas fragmentos sobre ele e estórias confusas, nas quais não se consegue definir a sua identidade. Tendo momentos de total lucidez como um sábio (como o de aconselhar Arthur como reinar em perfeita harmonia e a de falar com os elementais) e outras como a de uma pessoa que deixou-se ser enganado pelo sentimento deixando de lado a razão (como o de ter se apaixonado por Morgana e ensinado a ela a sua arte). Isto faz com que ele seja tão enigmático e carismático ao mesmo tempo, onde até hoje quando se fala logo em mago, vem na cabeça Merlin.

Fonte : Wikipedia