Ser Celta
Há quem diga que ser celta não envolve necessariamente ter uma ancestralidade celta, assim como para ser cristão não é preciso ter nascido na Galiléia. Igualmente, não é preciso ter nascido no Tibete para ser budista ou ter sangue árabe para ser muçulmano. Concordo. Mas, então o que é ser celta?
De uma forma, ser celta é ver o mundo com outros olhos, respeitando-o, fazendo dele uma extensão de sua própria existência; é ver a si mesmo com outos olhos, fazendo de si mesmo uma extensão do mundo à nossa volta. Ser celta é reconhecer a importância dos nossos ancestrais, que andaram por essas colinas e vales muitas gerações antes de nós; é não aceitar esta vida como uma provação, mas sim como um prêmio, um tesouro a ser desfrutado. É ver o mundo, a matéria, como um dom que os deuses nos deram, e não como um fardo, ou algo negativo a ser negado. Ser celta é viver intensamente, é vencer desafios, é cantar quando um ente querido morre, é ver a morte como amiga sem desejá-la, é apreciar as curvas ao invés das retas, o infinito ao invés dos limites. Ser celta é compreender que ninguém nem nada é perfeito, e que é justamente aí, nessa imperfeição e imprevisibilidade, que reside a grande magia da vida. Ser celta é, no fim das contas, SER HUMANO.
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