segunda-feira, 12 de abril de 2010
VALORIZAÇÃO DE GAIA
Como se respondesse a nossa atual crise de meio ambiente, o nome Gaia se escuta hoje em dia por todas as partes. Existe a "Hipótese de Gaia" do físico James Lovelock, que propõe que o planeta terra seja um sistema auto-regulado; a "consciência de Gai", que instiga para que a terra e suas criaturas sejam consideradas um todo e simplesmente e o termo "Gaia", que expressa reverência faz do planeta um ser vivo de que toda a vida depende. A esse fenômeno está associada a idéia que só uma personificação do planeta pode devolver-lhe uma identidade sagrada, de modo que seja possível estabelecer uma nova relação entre os seres humanos e o mundo natural.
Não é coincidência que m pleno século XXI regresse a mentalidade grega para formular essa experiência, posto que no Ocidente a última Deusa da Terra foi Gaia. É certo que na mitologia clássica a Deusa já tinha a mesma posição de Mãe Suprema de todo o ser vivo que tinha no período Neolítico, no entretanto, a terra seguiu sendo inclusive em filosofia, um ser vivo (zoon), segundo a terminologia platônica. Essa consciência perdeu-se nas referências judias e cristãs em essa perda se faz evidente no modo em que passamos a tratar a terra como se fosse matéria morta. Fica óbvio portanto, que Maria, a Deusa Mãe reconhecida pela igreja cristã, tenha adquirido todos os atributos das Deusas Mães, exceto o de Deusa da Terra.
No entanto, no século VII a. C., a realidade de uma só Deusa havia passado à história e a unidade original da terra e do céu se havia perdido na lenda dos inícios. Hesíodo que, como Homero, em torno de 700 a. C., evoca essa época tal como sua mãe se recordava. Sugere, talvez, como uma cultura de uma Deusa que ficou na lembrança através das histórias transmitidas de geração para geração, no colo das mães:
"Não de mim, sim de minha mãe, procede o conto de como a terra e o céu foram uma vez uma só forma".
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