segunda-feira, 22 de março de 2010

ZEUS


Entre todos os mitos e lendas populares que mencionam Zeus, nenhum diz que Ele é o Criador do Mundo. Pelo contrário: Ele é sempre mencionado nascendo depois que o Mundo já foi criado por outras divindades.
O que os mitos demonstram claramente com isso é que o culto de Zeus chegou à Grécia depois que a civilização já tinha se instalado lá, ou seja, Ele não é uma divindade nativa da Grécia.
Por volta do ano 2600 a.C., a Grécia foi invadida por povos indo-europeus, que foram os primeiros devotos do Deus a chegarem lá. E que impuseram o culto Dele aos povos nativos.
É possível que Zeus seja o mesmo Deus que os vikings cultuavam como o Deus Supremo deles: Odin. Afinal, Zeus e Odin são divindades com as mesmas características e originárias da mesma região do Mundo. Mas é uma coisa que não tem como afirmar com 100% de certeza, pois as informações mais seguras que existem sobre Odin vêm da Idade Média, milênios depois das primeiras informações que existem sobre Zeus.
Mesmo não sendo nunca visto como o Criador do Mundo, Zeus é sempre visto como o Organizador do Mundo: todos os mitos e lendas concordam que foi o Poder Dele que ‘domou’ as forças que antes eram desordenadas e impôs ao Mundo as regras que Ele julga como certas.
Embora Zeus fosse visto basicamente como o Soberano do Céu e da Terra, enquanto Posseidon era visto como o Soberano do Mar e Plutão como o Soberano do Mundo Subterrâneo, essa ideia é bastante contestável: os mitos e lendas mostram claramente que, quando era necessário, Zeus também tomava decisões que atingiam o Mar e o Mundo Subterrâneo, passando por cima da autoridade de Posseidon e Plutão.
Apesar de ser imaginado casado com Hera, a Deusa do casamento, Zeus era imaginado pelos gregos antigos tendo infinitas relações extra conjugais. A ideia é de que Ele tinha que espalhar pelo Mundo, o máximo possível, os filhos Dele, ao mesmo tempo em que Ele não era obrigado a ser maritalmente fiel a Hera. Afinal, se Ele é a Divindade Suprema, Superior a tudo o que existe, a vontade Dele pode passar por cima da fidelidade a Hera, assim como passa por cima da autoridade de Plutão e Posseidon, como já foi dito.
Além disso, muitos desses mitos só fazem sentido se forem interpretados de forma metafórica: a relação sexual entre Zeus e a outra personagem em questão representa, de forma simbólica, a união de alguma força com alguma outra força.
Nem todas as relações extra conjugais de Zeus foram com seres do sexo feminino. Inclusive, o Deus tinha o Seu próprio amante particular: o Príncipe Ganimedes.
Devido ao Poder que tem, Zeus recebeu do poeta Homero o título de “Pai dos deuses e dos homens”. É uma alusão ao pai de família grego do século IX a.C.: tais homens sustentavam e protegiam todas as pessoas que moravam em suas casas como membros de suas famílias, mas também exigiam submissão absoluta dessas pessoas, exerciam uma autoridade inquestionável sobre elas e puniam as pessoas da família que julgavam que estavam erradas; Zeus, no mesmo peso e na mesma medida, protege todas as criaturas do Mundo (sejam elas divinas, humanas ou de qualquer outra origem), mas também exige submissão absoluta dessas criaturas, exerce uma autoridade inquestionável sobre elas e pune quem Ele julga que está errado.
Uma das atribuições punitivas de Zeus que mais se desenvolveram na Grécia Antiga foi a que mencionava o Deus castigando aqueles que maltratavam seus hóspedes: quem negava boa hospitalidade a alguém que tivesse entrado na sua casa podia contar com um castigo impiedoso de Zeus.
Por volta do século IV a.C., Zeus passou a ser chamado por algumas correntes religiosas gregas de “Deus Único”, mas não no sentido de que os outros deuses deveriam ser esquecidos, e sim no sentido de não existir outro Deus Supremo: todos os outros deuses ficam abaixo Dele, mas nunca ao lado e menos ainda acima.
Outras correntes religiosas sintetizavam Nele as atribuições das outras divindades: enquanto os outros eram, cada um, o deus disso, a deusa aquilo, o deus daquilo outro, Zeus era o Deus de tudo. O Deus de todas as coisas juntas. Mas essa ideia não se desenvolveu muito.
O templo mais antigo de Zeus parece ser o que ficava no Santuário de Dodona, num território que hoje pertence ao Noroeste da Grécia. E alguns historiadores afirmam que o santuário já tava lá antes da chegada dos indo-europeus, oferecendo culto a outra divindade. Mas os invasores, dominando o santuário, fizeram dele um centro do culto de Zeus.
A adoração a Zeus era feita pelos gregos antigos nos lugares mais altos possíveis (geralmente nos topos de montanhas), por 2 motivos básicos: 1º, os indo-europeus mencionavam Zeus originalmente como um Deus do Céu, ligado aos relâmpagos e à claridade celeste, ou seja, quanto mais perto do Céu a pessoa tava, mais perto ela tava da essência original de Zeus; e 2º, sendo Ele a Divindade Suprema, o culto Dele deve ser celebrado literalmente acima do culto dos outros deuses.
Com a chegada do Cristianismo, a imagem que Zeus mantinha como Deus Supremo começou a preocupar os seguidores de Jesus: eles viam Zeus como um concorrente ao Javé que Jesus adorava.
Então, pra deturpar a imagem Dele, passaram a retratar Zeus com um simples tarado, que passa o tempo procurando insaciavelmente por sexo, sem se preocupar em proteger nem ajudar ninguém (praticamente a imagem oposta do Zeus original, né?).
O animal e o vegetal consagrados a Zeus são a águia e o carvalho.

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