Para os celtas, o tempo se desenrolava não como uma linha, mas como uma espiral, numa longa e interminável sucessão de ciclos, os quais, quando compreendidos, podiam ser altamente inspiradores. A compreensão desses processos ocorre através da inspiração que brota do contato estabelecido de espírito para espírito - entre duas pessoas, entre uma pessoa e uma árvore, um rio, uma montanha, a Terra, uma deusa, um povo... A esse contato, a esse fluir de inspiração, dá-se o nome de Awen - palavra galesa que significa 'inspiração que flui entre espíritos'. Awen está associada a diversas deidades celtas, entre estas a grande deusa Brighid, patrona das artes, da mulher e da poesia.
A relação dos druidas com seus deuses era tão íntima que cada tribo se dizia descendente de uma deidade. Brighid, por exemplo, era a deusa ancestral dos Brigantes, uma importante tribo celta, que emprestou seu nome à moderna cidade portuguesa de Bragança (antes chamada de Brigantia). Como se vê, os deuses celtas não são entidades distantes: são os próprios ancestrais, fontes de inspiração e compreensão do mundo em que se vive. Afinal, tudo o que somos hoje devemos, queiramos ou não, aos nossos ancestrais. E como os deuses celtas representam as forças da natureza, então somos todos descendentes dos rios, lagos, mares, florestas... se essa mentalidade fosse compartilhada por mais pessoas, certamente hoje o mundo não estaria tão devastado, tão poluído, tão maltratado... certamente viveríamos em harmonia com nosso meio ambiente, pois seríamos incapazes de sujar as águas de um rio - o corpo de um deus.
Awen é a energia da inspiração divina, o fluxo do espírito, a essência da vida em movimento. Ela é o fino poder da relação sagrada, o poder que transborda através do corpo e da alma quando espíritos se tocam, quando a vida é reconhecida, quando a experiência de um momento é compartilhada, quando a energia divina é trocada. Awen é o foco da profunda busca interna, é aquilo que todos procuramos enquanto tropeçamos pela vida, aquilo que nos traz sabedoria, clareza, liberdade, êxtase, alegria de estar vivo, simplesmente estar, uma presença tranqüila. É fogo na mente, frenesi poético, desejo de respirar, propósito completo em perfeita serenidade.
Escrito por Gallugh
Caro amigo,
ResponderExcluirGostei muito sobre o assunto druidas e culturas celtas...estaria muito interessado de trocar idéias e links...
Inclusive coloquei seu link em meus favoritos no blog...
Faça-me uma visita: dragaocelta.blogspot.com
Um grande abraço e fique em paz...
Pehn Dragon
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirAqui é o Gallugh, autor do texto....rs
A princípio fiquei perplexo com a quantidade de pessoas que incluiram meus artigos em seus blog's e sites...
Estou aqui só pra agradecer e recomendar meu blog:
www.obosquedobardo.blogspot.com/
ainda estou ageitando ele mas tem muito conteudo bom sobre o druidismo e os celtas...
Bençãos de Arianrhod
Gallugh Cerddorion