segunda-feira, 22 de março de 2010
BOITATÁ:Deusa,Monstro,lenda,ou fogo fatuo?
Hoje a gente vai falar aqui sobre uma das manifestações mais indefinidas do Folclore Brasileiro: Boitatá.
Embora já existam registros da existência de Boitatá pelo menos desde o século XVI, até hoje não se sabe com 100% de certeza no que os índios pensavam quando falavam sobre essa indefinida presença.
O 1º registro conhecido sobre Boitatá foi feito pelo José de Anchieta, em 1560.
Ele menciona Boitatá como alguma coisa com a aparência de um facho de luz, que vive no litoral e nas margens dos rios. E também que a criatura se atira sobre os índios e mata eles.
Mas no mesmo registro não existem maiores detalhes sobre a criatura e o José de Anchieta não explica se ele viu alguma coisa relacionada ao que registrou ou se ele só ouviu falar sobre o assunto. E reitera que, fosse Boitatá o que fosse, ninguém sabia direito o que era.
A maioria dos historiadores supõem que a “criatura” registrada nesse caso eram simples manifestações de fogo fátuo.
E o fato de matar os índios sem dúvida é um exagero do próprio José de Anchieta ou de quem relatou algum caso a ele.
Bom, por volta do final do século XVII e início do XVIII, os padres católicos começaram a pregar que existiam vários boitatás, que eram espíritos de pessoas que morreram sem ser batizadas como católicas. Ou de pessoas que tiveram relações sexuais condenadas pelo Catolicismo Romano e que, depois da morte, foram transformadas em boitatás como castigo.
No século XIX, sob a influência de lendas européias, de acordo com alguns historiadores, Boitatá passou a ser imaginado como um monstro benéfico: uma serpente de fogo que vive nos rios e mata queimados aqueles que fazem queimadas nas florestas.
Outros historiadores, entretanto, defendem que Boitatá na verdade é uma deusa louvada por algumas tribos indígenas, já sendo vista, antes da chegada dos europeus, como uma divindade que castiga as pessoas que destroem as florestas.
Essa deusa é vista também como uma divindade do fogo que usa o próprio fogo pra castigar as pessoas que usam o fogo de forma negativa. E nesse caso, ela ensina que certas coisas (principalmente se for alguma coisa com poderes destruidores) não podem ser usadas de qualquer forma, mas apenas dentro de determinadas circunstâncias e submetidas a certos limites.
Seja como for, Boitatá permanece até hoje como um dos personagens mais incorpóreos, abstratos e indefinidos da Cultura Brasileira.
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