“Triste de recordar, enfermo com os anos,As inumeráveis e velozes lanças,Os cavaleiros de cabelos ao vento,E malgas de cevada, mel e vinho,Aqueles felizes casais dançando em sintonia,E o alvo corpo deitado junto ao meu;Mas a história, embora as palavras sejam mais leves que o ar,Deve viver para envelhecer como a Lua errante.
(The Wanderings of Oisin, por William Yeats, 1889)
Estes versos ilustram os dias dos aristocráticos celtas pagãos, que viviam a caçar, lutar, festejar e dançar. Os bardos, durante esses festejos, retransmitiam os mitos dessa sociedade, muitos deles hoje desaparecidos, pois não eram escritos e sim memorizados: para os druidas e bardos, registrar seus mitos por escrito seria um sacrilégio. O que sobreviveu foi graças aos monges copistas cristãos que, mais tardiamente, passaram muitos dos mitos celtas para o papel, principalmente os feitos heróicos dos guerreiros e as sagas de seus deuses. No entanto, as músicas e poemas originais cantados pelos bardos se perderam para sempre.
A mitologia celta é fascinante e parece estar despertando um interesse cada vez maior nos dias de hoje. Antes, ao se falar em mitologia, logo se imaginavam as fantásticas histórias da mitologia greco-romana, recontadas em modernos romances e até mesmo transportadas ao cinema. Nas últimas décadas, porém, nossa sociedade parece estar se desvinculando da falsa idéia de que essas duas civilizações clássicas eram as únicas dignas de algum crédito ou interesse. E as mitologias nórdicas, celta, egípcia, etc, estão se tornando cada vez mais populares em nosso dia-a-dia e fazendo jus à importância que tiveram e ainda têm.
Para entender uma sociedade e sua cultura é essencial que se conheça seus mitos. A mitologia judaico-cristã tem grande influência no que somos hoje, pois foi adotada como religião oficial por Roma, que dominava praticamente toda a Europa e cuja civilização foi a base para a construção de nossa civilização ocidental. Para compreender os celtas, temos que compreender a natureza de sua mitologia. Mas para isso, precisamos começar desfazendo alguns equívocos sobre os celtas.
A palavra “celtas” muitas vezes nos remete àquela visão romântica de magia, heróis medievais e donzelas de pele branca, às histórias do rei Arthur, a um mundo de sonhos povoado por fadas e por druidas vestidos de branco e preparando poções mágicas. Obviamente, a sociedade celta não era exatamente assim. Ao longo desse texto, pretendo desmistificar algumas falsas idéias que se têm hoje dos celtas, inclusive a de que adoravam a uma grande deusa única e que somente as mulheres exerciam o sacerdócio, informações completamente erradas que já foram publicadas inclusive em revistas e livros modernos. Sabemos hoje que os celtas eram politeístas e seus sacerdotes, os druidas, eram de ambos os sexos. Alguns equívocos que surgiram a respeito dos celtas se devem à publicação do livro de fantasia As Brumas de Avalon (de Marion Zimmer Bradley), romance genial e envolvente, mas que poucas verdades traz sobre os celtas, tendo a autora optado por romancear as informações e usado de bastante licença poética, o que é desejável em um romance de ficção. Não serve, no entanto, como base para estudos sobre os celtas e sua religião, o druidismo.
Para saber mais sobre as idéias erradas e as dúvidas mais freqüentes sobre os celtas e druidas visite a seção “Desmistificando os celtas e os druidas”.
Cada região das Ilhas Britânicas resgatou, através de mitos, seu passado celta: a Irlanda com as sagas de CuChulainn e Fianna; o País de Gales com a saga de Pryderi no Mabinogion; a Inglaterra com a saga do Rei Arthur. Assim, temos hoje muitas fontes de pesquisa.
A arte celta, principalmente a joalheria, continua a inspirar designers, a literatura celta nos encanta e a música celta nos enfeitiça. A cultura deles permanece viva, bem como sua espiritualidade: hoje em dia, mais e mais pessoas no mundo inteiro adotam o druidismo como religião ou filosofia de vida. Citando Pedro Pablo G. May, autor do pequeno mas brilhante livro “Os Mitos Celtas”: “se os romanos se apoderaram da história, os celtas se refugiaram no mito. E, graças a isso, seu espírito sobreviveu”.
Muito do que sabemos dessa fascinante civilização, sabemos através da leitura de relatos de seus inimigos, os romanos, que tinham uma visão talvez até mais distorcida que a nossa, baseada na suposição de que os celtas eram bárbaros não civilizados. Essa visão obviamente lhes era conveniente pois lhes dava “aval” para atacar e conquistar as terras celtas, com a alegação de que estavam levando o “mundo civilizado” aos “pobres bárbaros”. No entanto, temos na arqueologia um trunfo que atualmente nos dá uma vasta noção do que era realmente a cultura celta, sem a distorção dos inimigos romanos.
(The Wanderings of Oisin, por William Yeats, 1889)
Estes versos ilustram os dias dos aristocráticos celtas pagãos, que viviam a caçar, lutar, festejar e dançar. Os bardos, durante esses festejos, retransmitiam os mitos dessa sociedade, muitos deles hoje desaparecidos, pois não eram escritos e sim memorizados: para os druidas e bardos, registrar seus mitos por escrito seria um sacrilégio. O que sobreviveu foi graças aos monges copistas cristãos que, mais tardiamente, passaram muitos dos mitos celtas para o papel, principalmente os feitos heróicos dos guerreiros e as sagas de seus deuses. No entanto, as músicas e poemas originais cantados pelos bardos se perderam para sempre.
A mitologia celta é fascinante e parece estar despertando um interesse cada vez maior nos dias de hoje. Antes, ao se falar em mitologia, logo se imaginavam as fantásticas histórias da mitologia greco-romana, recontadas em modernos romances e até mesmo transportadas ao cinema. Nas últimas décadas, porém, nossa sociedade parece estar se desvinculando da falsa idéia de que essas duas civilizações clássicas eram as únicas dignas de algum crédito ou interesse. E as mitologias nórdicas, celta, egípcia, etc, estão se tornando cada vez mais populares em nosso dia-a-dia e fazendo jus à importância que tiveram e ainda têm.
Para entender uma sociedade e sua cultura é essencial que se conheça seus mitos. A mitologia judaico-cristã tem grande influência no que somos hoje, pois foi adotada como religião oficial por Roma, que dominava praticamente toda a Europa e cuja civilização foi a base para a construção de nossa civilização ocidental. Para compreender os celtas, temos que compreender a natureza de sua mitologia. Mas para isso, precisamos começar desfazendo alguns equívocos sobre os celtas.
A palavra “celtas” muitas vezes nos remete àquela visão romântica de magia, heróis medievais e donzelas de pele branca, às histórias do rei Arthur, a um mundo de sonhos povoado por fadas e por druidas vestidos de branco e preparando poções mágicas. Obviamente, a sociedade celta não era exatamente assim. Ao longo desse texto, pretendo desmistificar algumas falsas idéias que se têm hoje dos celtas, inclusive a de que adoravam a uma grande deusa única e que somente as mulheres exerciam o sacerdócio, informações completamente erradas que já foram publicadas inclusive em revistas e livros modernos. Sabemos hoje que os celtas eram politeístas e seus sacerdotes, os druidas, eram de ambos os sexos. Alguns equívocos que surgiram a respeito dos celtas se devem à publicação do livro de fantasia As Brumas de Avalon (de Marion Zimmer Bradley), romance genial e envolvente, mas que poucas verdades traz sobre os celtas, tendo a autora optado por romancear as informações e usado de bastante licença poética, o que é desejável em um romance de ficção. Não serve, no entanto, como base para estudos sobre os celtas e sua religião, o druidismo.
Para saber mais sobre as idéias erradas e as dúvidas mais freqüentes sobre os celtas e druidas visite a seção “Desmistificando os celtas e os druidas”.
Cada região das Ilhas Britânicas resgatou, através de mitos, seu passado celta: a Irlanda com as sagas de CuChulainn e Fianna; o País de Gales com a saga de Pryderi no Mabinogion; a Inglaterra com a saga do Rei Arthur. Assim, temos hoje muitas fontes de pesquisa.
A arte celta, principalmente a joalheria, continua a inspirar designers, a literatura celta nos encanta e a música celta nos enfeitiça. A cultura deles permanece viva, bem como sua espiritualidade: hoje em dia, mais e mais pessoas no mundo inteiro adotam o druidismo como religião ou filosofia de vida. Citando Pedro Pablo G. May, autor do pequeno mas brilhante livro “Os Mitos Celtas”: “se os romanos se apoderaram da história, os celtas se refugiaram no mito. E, graças a isso, seu espírito sobreviveu”.
Muito do que sabemos dessa fascinante civilização, sabemos através da leitura de relatos de seus inimigos, os romanos, que tinham uma visão talvez até mais distorcida que a nossa, baseada na suposição de que os celtas eram bárbaros não civilizados. Essa visão obviamente lhes era conveniente pois lhes dava “aval” para atacar e conquistar as terras celtas, com a alegação de que estavam levando o “mundo civilizado” aos “pobres bárbaros”. No entanto, temos na arqueologia um trunfo que atualmente nos dá uma vasta noção do que era realmente a cultura celta, sem a distorção dos inimigos romanos.
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